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01-04-2003

Portugueses preferem médico de família


Saúde

Centros de saúde Portugueses preferem ser atendidos por um médico de família Os portugueses não vêem com bons olhos o atendimento nos centros de saúde por um profissional que não seja especializado em clínica geral e, por isso, têm dúvidas em relação ao futuro «médico assistente« que o governo promete criar. Esta é uma das conclusões de um estudo encomendado pela Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral (APMCG), cujos resultados serão quarta-feira revelados. O presidente da APMCG, Luís Pisco, revelou hoje à Agência Lusa que o resultado do inquérito é muito «lisonjeiro« para os médicos de clínica geral. Na cerimónia de apresentação dos resultados deste estudo, realizado pela empresa de sondagens Marktest, será ainda divulgada a posição da APMCG sobre a anunciada nova política para os cuidados primários, a qual mereceu já a oposição dos médicos de clínica geral. Isto porque, segundo o ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, a figura do médico assistente irá substituir a de médico de família e funcionará como «interlocutor« do doente, a quem este possa recorrer mesmo por via telefónica, em caso de dúvidas sobre medicação ou sintomatologia. Uma novidade que, segundo Luís Pisco, é «insultuosa« para os médicos de clínica geral, uma vez que «significa que qualquer espanhol que acabe o curso, e mesmo antes de fazer o internato, pode assumir o papel de um médico com a devida especialidade«. À Agência Lusa, o presidente da Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral (APMCG) lamentou esta alteração, acreditando que não passe de «uma invenção que veio espalhar a confusão«. Mas, a concretizar-se, Luís Pisco desconfia que se trata de uma forma de pôr médicos não qualificados no de clínicos especializados. «Está a tentar-se vender gato por lebre«, acusa, explicando que, dada a reconhecida falta de médicos de clínica geral e uma vez que a tutela quer que todos os portugueses tenham acesso a estes, só assim se vão «encontrar« clínicos para todos. A primeira intenção do Ministério da Saúde é garantir a cobertura de toda a população por médicos de clínica geral, segundo garantiu segunda-feira Luís Filipe Pereira. Actualmente, existem cerca de seis mil médicos de família no sistema de saúde público, um número insuficiente e que em alguns concelhos portugueses se traduz na existência de utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) sem médico de família. Dados do Ministério da Saúde, existe um milhão de portugueses sem médico de família. Lusa (29 Out / 15:25)

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