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01-04-2003

Principal arguido mudava de visual e postura - testemunha


O. do Bairro

O. Bairro/Mega-burla Principal arguido mudava de visual e postura - testemunha O industrial de Caldas da Rainha em julgamento no tribunal de Oliveira do Bairro, foi hoje acusado de trocar de nome, visual e postura, aparecendo como «empresário de sucesso« e como alegada vítima de maus pagadores. A afirmação foi feita hoje no improvisado tribunal de Oliveira do Bairro (salão da Assembleia Municipal) por Amílcar Lopes, testemunha da firma de mobiliário de escritório «Handy«, uma das lesadas. A pergunta do juiz-presidente, Paulo Valério, a testemunha identificou logo o arguido, acusado de pelo menos 400 burlas, mas quando questionado sobre o seu nome, respondeu: «ele (Vítor I.) identificava-se com vários nomes«. Contou depois que no primeiro contacto com o arguido, como alegado representante da firma Empreendimentos Turístico Praia da Vieira, Vítor apareceu-lhe com postura de «empresário de sucesso«. Mais tarde, quando Amílcar Lopes tentou recuperar os créditos, encontrou um Vítor já numa pose de vítima, vestido de forma menos cuidada e queixando-se de dificuldades em pagar por causa de cobranças difíceis de clientes seus na Guiné-Bissau. Por alertas e desconfianças pessoais, Amílcar Lopes redobrou os cuidados com clientes desconhecidos, mas, ainda assim, quis contactar alguém que lhe propôs mais tarde, por fax, um negócio em nome da firma Socumpor, de Leiria. «Fui lá e vi que era a mesma pessoa, disfarçada com barba«, disse, explicando que o que seu interlocutor fez de conta que o estaria a contactar pela primeira vez, uma postura que ele próprio secundou. Tal como outras testemunhas, Amílcar Lopes disse que as boas informações bancárias da firma da Praia da Vieira é que o levaram a concretizar o primeiro negócio, afirmando: «não sei se teriam alguém conivente no banco«. Neste julgamento está em causa uma alegada teia que terá permitido a Vítor I. e mais 21 arguidos obter, ou tentar obter, mercadoria sem pagar num valor global superior a um milhão de contos (cinco milhões de euros). O empresário, de 55 anos, é acusado de dois crimes de associação criminosa, 770 crimes de falsificação de documentos, 753 crimes na forma tentada de burla qualificada e 98 crimes de burla qualificada. De acordo com a calendarização já feita, o julgamento vai prosseguir pelo menos até Fevereiro de 2003, dado o elevado número de testemunhas a ouvir, cerca de 400. Até agora, nenhum dos 22 arguidos quebrou o silêncio. Lusa (28 Nov / 15:59)

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