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01-04-2003

Águeda, 0 - Oliveira do Bairro, 3


II Divisão B

II Divisão - Série B Águeda, 0 - Oliveira do Bairro, 3 Estratégia resultou em cheio Manuel Zappa Estádio Municipal de Águeda. Sérgio Pereira Auxiliares: Joaquim Gomes e Amândio Ribeiro. Equipa do CA da AF Porto. ÁGUEDA - Sandro; Ventura (Rebelo, 57m), Seabra, Marujo e Nelo; Ricardo Pinto (Tozé, 46m), Miguel Mota e Nuno Gonçalves; Joni (Miguel Ângelo, 26m), César Júnior e Valter. OLIVEIRA DO BAIRRO - Nelson (4); Paulo Costa (4), Rui Costa (4), Roberto Carlos (5), Hernâni (5) e Vitinha (4); Mário João (4), Tó Miguel (4), Miguel Tomás (4) e Pazito I (4); David (4). Substituições: Aos 76m, David por Alves (1); 80m, Pazito I por Luís Barreto (2); 88m, Mário João por Jorgito (-). Treinador: Carlos Simões. Ao intervalo: 0-1 Marcador: Miguel Tomás (10, 54 e 68m). Disciplina: cartão amarelo a Miguel Tomás (5 e 69m), Nelo (9m), Ricardo Pinto (11m), Roberto Carlos (22m), Miguel Mota (55 e 59m), Tó Miguel (65m) e David (67m). Vermelho, por acumulação de amarelos a Miguel Mota (59m) e Miguel Tomás (69m). Estatística 16 Faltas 20 12 Remates 11 7 Cantos 6 0 Livres perigosos 0 2 Foras-de-jogo 6 Contra factos não há argumentos Aguardado com inusitada expectativa, primeiro, por se tratar de um derby entre velhos rivais, segundo pela mudança de treinador na equipa forasteira, o Oliveira do Bairro foi uma equipa imperial em campo e foi um vencedor incontestável. Revelando grande sentido de entreajuda, que há muito não se via, uma defesa quase intransponível, um meio campo operário e determinado no alimento a um jogador mais fixo, David, e a dois volantes, Miguel Tomás e Pazito I, que deram continuidade ao que de bom se fez daí para trás para, em contra-ataque, deixarem marcas profundas no xadrez de Fernando Reis. O Águeda, pura e simplesmente, não jogou. Tudo por causa da grande atitude demonstrada pelo seu adversário e também porque o relvado, em muito mau estado, não deixou construir jogadas para o seu futebol muito aveludado e feito de muito transporte de bola. Geralmente quem se apresenta neste tipo de jogos em pior situação costuma levar vantagem, tendo ainda este encontro um aspecto adicional da entrada de um novo treinador, o que deu aos jogadores do Oliveira do Bairro outro bálsamo, bem patente nesta partida. Sem Mário Júlio, castigado e Pedro Paula, lesionado, Carlos Simões fez algumas mexidas de vulto no onze que apresentou. Roberto Carlos fez a sua estreia, emparedando no eixo da defesa com Rui Costa e Hernâni, este com funções mais abrangentes, como ajudar o sector recuado quando o Águeda tinha a posse de bola e, o inverso, com uma missão mais subida no terreno, como trinco. Mário João jogou no lugar de Pedro Paula e, do meio campo para a frente, nenhuma novidade, embora Miguel Tomás jogasse em auxílio directo ao único ponta-de-lança, David. Uma estratégia que resultou muito cedo. Tudo aconteceu numa segunda vaga de um canto, Marujo não conseguiu o alívio, tendo Miguel Tomás esticado o pé direito para rematar com êxito para a baliza de Sandro. O jogo foi bastante incaracterístico, com muita luta a meio campo, em que o futebol não foi de qualidade, aliás não podia ser, devido ao péssimo estado do relvado. Com uma defesa compacta e autoritária e bem organizados no contra-ataque, o Oliveira do Bairro nunca deixou que os Galos assentassem o seu jogo, sendo que as dificuldades foram bem notórias na estrutura local, que, durante a primeira parte e em quase todo o jogo, não importunaram o estreante Nelson, que talvez não contasse com uma tarde tão tranquila. A excepção confirma a regra num centro de Ventura, em que a bola bateu no poste direito, mas o perigo voltou a estar concentrado na área dos Galos. Aos 30 minutos, Pazito iniciou o contra-ataque, serviu Tó Miguel, este desenvencilhou-se de um adversário, ficando em posição privilegiada para progredir isolado para a baliza, mas optou por desajustado chapéu e, aos 40 minutos, David, junto à linha de fundo, levou a melhor sobre Marujo e colocou a bola dentro da pequena área, onde surgiu Paulo Costa a falhar o segundo golo, de forma incrível. Tal como na primeira parte, o Oliveira do Bairro voltou a fazer estragos no início da segunda parte. Pazito fugiu pela esquerda, cruzou para a entrada da área, David, com um potente remate, enviou a bola à barra e, na recarga, Miguel Tomás começava a ficar indelevelmente ligado ao derby com a obtenção do segundo golo. Se nada corria bem ao Águeda, a expulsão quatro minutos depois do golo, ainda mais acentuou as suas limitações, e não sofreu logo a seguir novo golo, porque Sandro brilhou, a remate de Miguel Tomás, e Paulo Costa, bem colocado, rematou ao lado. O Águeda era uma equipa completamente espartilhada e sem a menor reacção, o que lhe valeu sofrer novo golo. Com os locais subidos no terreno, David iniciou mais um contra-ataque, passou por Marujo, pareceu-nos em falta, e serviu de bandeja Miguel Tomás, que se limitou a encostar. O homem do hat-trick exagerou nos festejos e seria (já tinha um amarelo) expulso. Os aguedenses não podem ser acusados de nunca deixarem de remar com um resultado tão adverso, mas os seus jogadores, ao subirem no terreno, não fizeram as devidas compensações entre a defesa e o meio campo, abrindo grandes clareiras para o seu rival ensaiar o seu venenoso contra-ataque. Paulo Costa e Luís Barreto estiveram perto de ampliar a vantagem, num já de si resultado pesado, que teve tudo para ser mais humilhante, caso o Oliveira do Bairro tivesse concretizado as oportunidades de que dispôs e fosse tão eficaz como o foi nos três golos que fizeram a história da partida. Sérgio Pereira procurou com os cartões segurar o jogo. Conseguiu-o em parte, teve pequenos erros na apreciação dos lances, mas teve o mérito de não influir no resultado. Discurso Directo Fernando Reis, treinador do Águeda: “Ganhou e bem” Parabéns ao Oliveira do Bairro que ganhou e bem, embora na primeira parte tenha sido feliz no primeiro golo e não merecia estar a ganhar ao intervalo. Na segunda parte, sim, mereceu ganhar. Defendeu bem e jogou como gosta, em contra-ataque, onde conta com jogadores muito rápidos. Carlos Simões, treinador do Oliveira do Bairro: “Vitória incontestável” Estou bastante satisfeito com os meus jogadores, principalmente pela atitude e entrega que colocaram em campo. Ganhámos uma batalha, mas ainda não fizemos nada, visto que há coisas ainda a melhorar. A estratégia resultou em pleno, primeiro, porque havia necessidade de não sofrer golos e partirmos para rápidos contra-ataques. Felizmente funcionou, numa vitória incontestável, que até podia ter um resultado mais dilatado. A Figura – Roberto Carlos Espírito de combate A maior surpresa da tarde, que soube agarrar com unhas e dentes. Foi bombeiro para todos os fogos, principalmente na luta que travou com César Júnior, não lhe dando um palmo de terreno, quase o meteu no bolso. Ainda jovem, não acusou o tempo em que não foi opção, foi sóbrio nos lances mais complicados, não inventou e revelou uma atitude mental acima da média. Discutiu com Hernâni e Miguel Tomás (que só não o foi por causa da desnecessária expulsão) a escolha de melhor em campo. Aposta ganha de Carlos Simões. (17 Dez / 9:53)

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