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01-04-2003

Protecção Civil Municipal é uma ficção


Mau tempo - Águeda

Mau Tempo/Águeda Protecção Civil Municipal «é uma ficção« O «histórico« socialista Manuel Alegre, natural de Águeda, classificou hoje a Protecção Civil Municipal como «uma ficção«, num comentário à actuação da estrutura face às cheias de quinta-feira naquela cidade. «Não há prevenção nem informação em Águeda e as pessoas continuam a ser apanhadas de surpresa. A Protecção Civil Municipal é uma autêntica ficção«, disse o deputado socialista à Agência Lusa. «Os bombeiros tiveram a acção meritória de sempre, mas a Protecção Civil Municipal revelou uma descoordenação total e as poucas informações que deu foram inexactas«, acusou. Dirigindo as suas críticas para o presidente da Protecção Civil Municipal e presidente da Câmara - o social-democrata Castro Azevedo - Manuel Alegre acusou-o de «nada perceber« de cheias. «Qualquer aguedense como eu olha para o rio e consegue determinar se haverá, ou não, cheias nas próximas horas«, comentou. Para sustentar a alegada ineficácia da Protecção Civil Municipal, o «histórico« socialista disse que teve de pedir apoio à Protecção Civil Nacional para que familiares seus, residentes no centro de Águeda, fossem socorridos por uma lancha dos bombeiros. O deputado do PS diz que o problema das cheias em Águeda se agravou em 1994 quando foi construída uma estrada sobre o leito de cheias e afiançou que avisou o governo da altura para essa probabilidade, através de requerimentos. Manuel Alegre referia-se à estrada dos Abadinhos (EN333), que liga Águeda ao IP5, passando pelo leito de cheias em paredão e não em viaduto. As maiores cheias dos últimos 50 anos em Águeda viriam a acontecer em Dezembro do ano seguinte, 1995. O deputado acusou ainda a Câmara de autorizar construções no leito de cheias, o que diz ser mais um contributo para as cíclicas cheias na «baixa« de Águeda. O presidente da Câmara e da Protecção Civil Municipal refutou as acusações, dizendo que partiram «de quem está desfasado da realidade actual de Águeda«. Castro Azevedo assegurou que a Protecção Civil funcionou «dentro do timing possível, avisando comerciantes e residentes logo que se soube da eventualidade de cheias«. A «prova da eficaz actuação« da Protecção Civil Municipal é que «os prejuízos foram inferiores aos das últimas cheias«, acrescentou o autarca, numa opinião só parcialmente partilhada pelo presidente da Associação Comercial local, Alberto Marques. Embora não avançasse com números concretos, Alberto Marques disse à Lusa que «desta feita há menos comerciantes e moradores afectados, mas os prejuízos individuais são superiores«. Entretanto, Castro Azevedo afirmou que mantém contactos com o Instituto de Água no sentido de serem construídas mini-barragens no rio Águeda e no seu afluente Alfusqueiro, «que permitam controlar as cheias«. A situação de cheia em Águeda, que teve o seu pico a meio da tarde de quinta-feira foi ultrapassada na manhã de hoje, estando agora o rio remetido ao seu leito. Lusa (3 Jan / 13:24)

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