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01-04-2003

Presidente diz que não se demite


Águeda

Águeda Presidente auto-suspenso diz que não se demite Castro Azevedo, o presidente auto-suspenso da Câmara Municipal de Águeda que está acusado de peculato e corrupção, foi homenageado num jantar pelos 20 presidentes de Junta do concelho, garantindo na altura que não se demitirá. «Não o faço, porque estou consciente de que a verdade virá ao de cima. Se me demitisse, estava a assumir que alguma irregularidade se tinha passado na Câmara«, frisou. Auto-suspenso de funções por seis meses, Castro Azevedo admitiu apenas pedir a prorrogação dessa suspensão caso o processo não se conclua nesse lapso de tempo. O autarca social-democrata disse ter sentido «grande apoio da sociedade aguedense, sobretudo da esquerda«, numa aparente ironia ao facto de o processo em que está envolvido ter tido origem numa denúncia do Partido Socialista. O autarca indiciado por peculato e corrupção falava aos jornalistas antes do jantar de apoio promovido pelos presidentes de Junta, a maioria do PSD, mas também do CDS-PP e do PS. O repasto foi promovido num restaurante junto à Pateira de Fermentelos, pelo presidente da Junta de Ois da Ribeira, o social-democrata Fernando Pires. «Foi uma manifestação de apoio que muito me emocionou«, declarou ainda Castro Almeida. Na semana passada, uma juíza de Águeda impôs a Castro Azevedo o pagamento de uma caução de 100 mil euros para o deixar sair em liberdade, impedindo-o ainda de entrar nas instalações camarárias e de contactar com outros envolvidos no processo. Primeiro perante um procurador e depois ante a juíza, o autarca social-democrata foi chamado a esclarecer, durante oito horas, relações comerciais da sua autarquia com a empresa de materiais de construção civil de António da Cruz Silva, líder da concelhia social-democrata e deputado cuja suspensão de mandato já foi requerida. Segundo os investigadores da Polícia Judiciária, Castro Azevedo terá simulado compras à firma de construção civil do deputado social-democrata, durante um ano e três meses. As facturas que originaram a investigação foram emitidas entre o último trimestre de 1998 e o final de 1999, algumas à Câmara e outras aos Serviços Municipalizados. Segundo a fonte, os valores oscilavam entre 500 a 800 contos mensais e os documentos de recepção das mercadorias eram assinados sempre por Castro Azevedo. Algumas das facturas das vendas, sempre a dinheiro, eram emitidas em feriados e domingos. Na investigação deste processo, que a Polícia Judiciária diz prosseguir, surgem ainda suspeitas sobre facturas da Civilag, uma empresa de projectos e construções, administrada pelo presidente da Junta de Águeda e vice- presidente da Concelhia social-democrata, Gil Abrantes. Castro Azevedo tornou-se o oitavo autarca investigado no âmbito das suas actividade municipais, desde 2000, sucedendo a Fátima Felgueiras, protagonista do caso do alegado «saco azul« no município de Felgueiras. (30 Jan / 10:18)

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