A Direção do SC Beira-Mar demarca-se do processo que conduziu ao afastamento da equipa de futebol dos campeonatos profissionais e diz que não tem responsabilidade no desfecho. Apesar do choque, a equipa de António Cruz considera que pode ser a oportunidade de regenerar o futebol.

“Este é um momento triste, mas é simultaneamente um momento-chave para o Clube reassumir a condução do seu destino, algo que foi alienado de forma leviana e irresponsável em 2011. O Clube encontra-se confrontado com uma nova realidade e todos aqueles que o amam terão que ser capazes de vencer a deceção pela perda do futebol profissional nos campeonatos profissionais e unirem-se em torno dum novo paradigma. O Sport Clube Beira-Mar não se resume ao futebol profissional nem, muito menos, a uma SAD cuja administração pertence a terceiros e na qual o Clube não dispõe de quaisquer mecanismos de intervenção”.

A equipa diretiva do clube lembra que a prioridade está centrada na manutenção das modalidades. “Mais importante do que ter uma equipa profissional de futebol através duma SAD que não dignifica o Clube, é salvaguardar as dez modalidades que temos atualmente em atividade e proteger os mais de meio milhar de jovens que praticam desporto com as cores auri-negras e com a âncora e a corda ao peito”.

António Cruz e a equipa diretiva dizem que o Clube “terá que ser capaz de aprender com os erros que foram cometidos no seu passado recente e, simultaneamente, preservar e fomentar o bom trabalho que é desenvolvido na formação das suas modalidades, bem como, reconquistar a sua auto-determinação global que permita redefinir e reconstruir um projeto próprio, saudável, credível e sustentável para o futebol”.

O clube detém 15% do capital social, é acionista minoritário, e a direção lembra que na constituição não foram salvaguardados direitos especiais. “Estamos empenhados e disponíveis para prosseguir a missão de salvação do Clube e de definição e implementação dum projeto de futuro, o qual tem prioritariamente que assentar na recuperação financeira e na re-infraestruturação do Clube”.