Um emigrante aveirense no Luxemburgo promete financiar a compra de um relvado novo para o antigo Mário Duarte. O empresário da construção civil, aveirense, beiramarense, com cerca de 40 anos de emigração no Luxemburgo, apareceu no Mário Duarte para a operação de limpeza e deixou a promessa de comprar 8 mil metros quadrados de relva. Até ao final do mês virá, com um fornecedor holandês, tratar da substituição do "ervado", ajudando a devolver a dignidade ao "palco dos sonhos" auri-negro.
Dezenas de pessoas reuniram-se, este domingo, no antigo Estádio Mário Duarte, para uma operação de limpeza. Armados de vassouras, esfregões, enxadas, mangueiras, detergentes, trinchas, rolos e baldes de tinta, a missão era dar uma nova vida ao local onde se viveram dos melhores momentos do Sport Clube Beira-Mar. Muito do trabalho foi sendo feito ao longo dos últimos 15 dias. “Em duas semanas, recuperou-se quase um ano de abandono”, confidenciava um dos participantes.
As ervas que povoavam as bancadas e os acessos foram arrancadas. O matagal, alto e selvagem, que tinha roubado o protagonismo à relva, desapareceu dando lugar a um verde que ainda parece envergonhado. Água, adubo e alguma areia, são os ingredientes que a par das lâminas da máquina, vão dando força às raízes deste, para já, ervado. É necessário ainda passar o compressor para nivelar o solo.
"Só agora reparei que as cadeiras são amarelas", confidenciava um adepto que esfregava, com vigor, uma das cadeiras da antiga "bancada coberta". O sol, ao longo dos anos, foi roubando a cor original da velha cadeira que agora estava entre o beije e o cinza.
Mesmo com a inscrição na 2ª divisão distrital, ainda não é certo onde os seniores do clube aveirense irão jogar. Para já, esta operação "Mário Duarte" tem como destinatária a formação do clube. "Espero ver brevemente os Júniores e o Juvenis a jogar aqui, sempre com o apoio das infraestruturas que temos em São Bernardo" assumia um dos responsáveis da Formação Auri-Negra.
Ao lado, um adepto lembrava com nostalgia outros tempos. "E quando o Beira-Mar entrava em campo? O Oliveira era o primeiro, vinha com a bola. Dava um pontapé lá para a frente e logo atrás entravam os outros! O nosso hino era cantado nos altifalantes e milhares de pessoas gritavam "Beira-Mar, Beira-Mar...". Domingo de nostalgia que deu sinais de um regresso ao passado para o Beira-Mar em fase de reconstrução.
Texto e foto: Pedro Martins
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