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22-02-2016

Candidatos à liderança do BE defendem candidatura própria aos órgãos autárquicos do concelho.



Já existe lista de candidatos à liderança do Bloco de Esquerda. Os principais rostos do partido em Aveiro continuam envolvidos na estrutura concelhia. António Neto surge como primeiro candidato, seguindo-se os nomes de Rita Batista, João Moniz, Nelson Peralta, Virgínia Matos, Gonçalo Gonçalves, João Dias, Sofia Vinagre, Dilan Granjo e Celme Tavares. Ausentes desta lista figuras como Odete Costa (antiga coordenadora), João Catarino e Ivar Corceiro. 

“Tempo de Esperança, Mais Bloco” é o título da Moção que será apresentada aos militantes no início de Março. A recuperação de rendimentos do trabalho continua como elemento da ação do BE que apoia a governação de António Costa e a quem é imputada a capacidade de influenciar o Governo.

O Bloco cresceu e diz que é necessário “continuar esse crescimento para responder ao momento político, para derrotar a austeridade e para criar a alternativa”.

Quanto à resposta ao desafio do líder distrital do PS, sobre coligações à “esquerda” nas autáquicas, o BE responde com candidaturas próprias a menos que surjam da sociedade civil. “Assim, em 2017, o Bloco de Esquerda apresentará candidatura própria aos órgãos autárquicos do concelho. Poderá, caso se verifique, deliberar apoiar candidaturas independentes que nasçam de movimentações populares em defesa dos serviços públicos e dos direitos sociais”.

Fomentar a militância, ganhar em aderentes, dar atenção à Universidade de Aveiro como espaço de recrutamento e combater um “tempo velho” são pilares da ação da candidatura que vê a presidência da Assembleia e da Autarquia como representantes desse tempo.

“A entrega da MoveAveiro a privados vai já na quarta tentativa por parte do PSD/CDS-PP. As tarifas, taxas e impostos municipais – como o IMI e a participação variável no IRS – estão fixados no valor máximo. A política cultural é inexistente. A factura da água é a segunda mais cara do país. Isto ainda antes do Programa de Ajustamento Municipal (PAM) estar sequer aprovado. Os direitos dos trabalhadores do universo municipal são outro dos alvos. A austeridade é o alfa e o omega da direita aveirense”.

A leitura da realidade concelhia assenta nas políticas defendidas pela maioria PSD/PP liderada por Ribau Esteves. “Tendo-se apresentado como grande gestor, como forma de esvaziamento da política e da democracia, a sua gestão municipal tem-se revelado errática e falível e, acima de tudo, um cilindro agonizante para os aveirenses, sem estratégia para o futuro e querendo limitar o pensamento crítico. A política do pavoneio apenas esconde um vazio de soluções”.

Para o PS de Aveiro o BE reserva a crítica de estar a ver o que se passa “em cima do muro” abstendo-se em documentos críticos como o Programa de Ajustamento Municipal.

Numa referência ao futuro da União Europeia, o BE fala em “espaço de retrocesso de conquistas sociais” citando os casos da banca como exemplares sobre o pensamento. “O recente caso Banif mostra como é um instrumento essencial à recomposição do capitalismo, onde a aglomeração é já feita à escola europeia. A transferência de riqueza do trabalho para o capital continua. A democracia é mero adorno”.


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