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16-05-2004

Durão Barroso acusa oposição de querer crise política


Curia

O presidente do PSD, José Manuel Durão Barroso, acusou ontem a oposição de pretender "lançar uma crise política a seguir às eleições europeias" e o PS de andar a reboque de "pequenos partidos radicais". Ao falar no seminário para candidatos e directores de campanha da coligação "Força Portugal", que decorre na Curia, Durão Barroso vincou que os portugueses, mesmo os que discordam de algumas medidas do Governo, "não querem instabilidade e sabem que há um percurso a fazer" para recuperar da "situação calamitosa" em que a governação socialista deixou o país. "Confio na escolha dos portugueses e, se formos capazes de mostrar que a oposição não tem uma ideia de Europa, mas está a tentar transformar estas eleições numa crise política, estou seguro de que podemos ganhar estas eleições", declarou, referindo a "pequena diferença" dada pelos inquéritos de opinião. Dirigindo-se aos candidatos e directores de campanha da coligação, Durão Barroso exortou-os a não desanimarem por a oposição dizer que vai ganhar e comentou: "São tão arrogantes na oposição, como seriam se fossem governo?". Sousa Franco e o PS estiveram no centro das críticas, mas também o Bloco de Esquerda, que Durão Barroso não citou directamente, mas apelidou de "pequeno partido de radicais que pratica uma oposição tablóide". Para o líder do PSD, "não é normal que o maior partido da oposição se deixe levar", o que representa uma "crise na oposição que é um problema sério", porque se assiste a uma "divisão de tarefas", em que "uns fazem o trabalho sujo e outros beneficiam". Fez referência ainda à diferença de posturas, aludindo ao apoio do Governo a António Vitorino, apesar de ser PS, e questionando se "uma vez eleitos, os eurodeputados da oposição vão trabalhar com o Governo do país, na defesa do interesse nacional". Durão Barroso realçou a importância do Parlamento Europeu (PE), dizendo que "os portugueses devem perceber que as europeias são importantes" e lembrando o papel do PE na independência de Timor-Leste e, mais recentemente, na ajuda às áreas atingidas pelos incêndios. Concluiu que a escolha a 13 Junho, será entre duas listas: uma, "portadora de uma ideia positiva, de confiança e optimismo, apostada numa Europa mais avançada e na defesa dos interesses de Portugal", e a outra constituída "por aves agoirentas que significam o passado, a falta de auto-estima e a maledicência".

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