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19-04-2016

Maioria aprova contas de 2015 e fala em "resultado excelente" mas PS diz que falta ideia global para o Município.



O Executivo Municipal de Ílhavo aprovou as contas de 2015 com a maioria a reclamar o mérito de manter o investimento num tempo em que o dinheiro é racionado e a oposição a pedir uma ideia de desenvolvimento global. Os dois vereadores socialistas presentes na sessão realizada na Gafanha da Nazaré optaram pela abstenção.

Fernando Caçoilo realçou as “elevadas percentagens” de receita (85%) que definiu como “uma das melhores dos últimos anos” e que em 2014 tinha estado nos 81%. Por imposições legais lembra que “acabou o tempo dos orçamentos fictícios”.

Na despesa de 24,9 milhões a taxa de execução esteve nos 94% quando em 2014 foi de 91,7%. Reclama ainda méritos na redução da despesa corrente de 13,4 milhões em 2014 para 12,7 milhões em 2015. “Há aqui um esforço brutal em termos de gestão. Em obra a Câmara investiu em 2015 cerca de 9,5 milhões de euros”, destacava o autarca na apresentação dos documentos.

A autarquia apresentou um resultado líquido de 2,9 milhões de euros assumindo 14,2 milhões de euros em divida bancária mas com verbas a receber do QREN (1,7 milhões), 95 mil euros da comparticipação na construção da biblioteca e 265 mil euros da Vista Alegre.

Depois de elencar o conjunto de projetos concretizados e os apoios garantidos às instituições do Município, o autarca conclui com um balanço positivo. “Se olharmos para tudo o que fizemos é um resultado excelente. Nesta conjuntura é dos relatórios mais equilibrados que fizemos nos últimos anos”.

Pedro Martins (PS) fala em “gestão equilibrada ao nível das contas” mas viu no discurso do autarca um excesso de otimismo mantendo a crítica em torno do que entende ser a falta de ambição em aprofundar as políticas sociais. “Veja lá se com tanta obra não esgota o plano de 8 anos”, disse em tom irónico.

O PS fala em “preocupação” pelo “ligeiro aumento da dívida” sem esquecer que parte desse quadro resulta do milhão de euros pedido à banca para pagar o terreno da biblioteca. “Sabemos que as contas são feitas ao euro mas aqui não foi tanto assim”.

Os dois partidos com assento no Executivo acabaram a trocar argumentos quase ponto por ponto. “A dívida está em 19 milhões de euros. É fonte de alguma preocupação”, dizia Pedro Martins ao que respondeu Fernando Caçoilo com correção nos números. “A divida não são 19. São 17 milhões”.

A não implementação do Orçamento Participativo e do Conselho Municipal da Juventude são notas negativas na leitura do PS que reconhece o investimento feito notando que faltam algumas infraestruturas e mais “diálogo sobre projetos”.

Temas que ao longo dos dois anos de mandato mereceram reparos do PS voltaram ao debate. “A receita beneficia do IMI e por isso continuamos a dizer que havia margem para reduzir a taxa”, notava Pedro Martins que reclama obras de reabilitação urbana na Gafanha da Nazaré, as mesmas que elogia pela aplicação em Ílhavo.

“A segunda cidade continua a não ver investimento em reabilitação urbana. Veja-se o estado da avenida. Não temos duvidas que vai haver novo piso em 2017. Quem entra na Gafanha e olha para o Oudinot e para o ECOMARE vê um país e olha para a direita e vê outro”. 

“O IMI bateu no céu. Agora é a descer. Ajude-nos manter a receita de IMI para termos dinheiro para a reabilitação”, desafiou Caçoilo.


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