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11-08-2016

Quercus defende nova política para o setor florestal.



A Quercus alerta para as consequências dos incêndios florestais no distrito de Aveiro e pede mais recursos alocados à prevenção. A Direção Regional da Associação Nacional de Conservação da Natureza lamenta o elevado número de incêndios que, nas últimas semanas, deflagraram no distrito de Aveiro, destruindo milhares de hectares de floresta, e defende que é necessário alterar as políticas para o setor.

Defende o aumento da execução das faixas de gestão de combustível junto de caminhos e estradas, a diminuição das áreas ocupadas pelo eucalipto, a gestão da paisagem florestal em mosaico, a plantação de mais espécies autóctones, a aplicação de um plano nacional para o controlo ou irradicação de espécies infestantes, a promoção do pastoreio para reduzir o combustível e continuidade dos povoamentos florestais.

Considera que estão em perigo “vastas áreas de ecossistemas valiosos nomeadamente floresta com matos, pinheiros e carvalhos, bem como a sobrevivência da fauna existente nas áreas afetadas” e alerta para a necessidade de serem implementadas políticas públicas de longo prazo, “promotoras da gestão sustentável da floresta e do desenvolvimento rural, equilibrando a despesa de prevenção com a despesa de combate a incêndios”.

“A Quercus já tinha alertado anteriormente que a despesa com o combate a incêndios é 90% da despesa total e a despesa com a prevenção é de apenas 10%”.

Apesar do Governo ter apresentado a compromisso político de aumento das áreas de montado de sobro e de azinho e de pinheiro-bravo, travando a expansão da área de eucalipto, designadamente através da revogação do regime de arborização, a Quercus realça que até à data não foram apresentadas propostas que cumpram o prometido.

Teme que a destruição de toda a cadeia de serviços que as áreas naturais fornecem ponha em causa a qualidade da água, a regulação e oferta de água, a formação e a retenção do solo e a qualidade do ar.

A Quercus recorda que a plantação de grandes áreas de eucalipto “põe em risco a sustentabilidade do ecossistema” com a diminuição da biodiversidade e o consumo de grandes quantidades de nutrientes e recursos hídricos.

Diz que as autarquias devem fomentar a inscrição dos pequenos proprietários florestais nas associações florestais existentes ou promover a criação de cooperativas de proprietários florestais, de modo a promover uma maior organização da floresta e a desenvolver práticas de gestão cooperativa.

“A Quercus considera que a negligência e inação das entidades públicas não só agravam as condições que facilitam a propagação dos fogos como também provocam elevados prejuízos no futuro, com a degradação acelerada do solo e a expansão descontrolada de espécies infestantes”.

 


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