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02-12-2004

De vila a cidade


Anadia

A vila de Anadia deverá passar, dentro de poucas semanas, a cidade. O projecto de lei referente à elevação à categoria de cidade da vila de Anadia e povoações contíguas (Alféloas, Arcos, Canha, Famalicão, Malaposta e Vendas da Pedreira, da freguesia de Arcos e Póvoa do Pereiro, da freguesia da Moita) deu entrada na Assembleia da República, na última quinta-feira.

A EVOLUÇÃO

Anadia segue assim as pisadas de Mealhada e Oliveira do Bairro que, na região da Bairrada, foram as vilas mais recentemente elevadas à categoria de cidade.

A proposta, que deu agora entrada na Assembleia da República, foi apresentada pelo deputado Social Democrata, José Manuel Ribeiro, que é também vereador no executivo de Litério Marques.

Segundo apurámos, o projecto de lei poderá ser aprovado até ao dia 17 de Dezembro, altura em que se iniciam as férias natalícias dos deputados.

Recorde-se que, aquando da realização da Feira da Vinha e do Vinho Litério Marques equacionou, pela primeira vez, essa possibilidade por considerar estarem reunidas as condições para Anadia passar a cidade.

Agora, a JB o autarca admite que a "proposta apresentada pelo executivo anadiense na AR deve-se ao facto de Anadia preencher, neste momento, todos os requisitos para poder ascender a esta categoria", apresentando como argumentos mais relevantes "a evolução que a vila e o concelho têm sofrido nos últimos anos, relativamente a outros municípios limítrofes".

Para o edil anadiense, "seria desprestigiante se não fizéssemos algo no sentido de elevar a vila de Anadia à categoria de cidade", até porque "neste momento, estão criadas as infra-estruturas necessárias para nos podermos considerar preparados para receber essa designação, nomeadamente em matéria de serviços - o Hospital José Luciano de Castro é um dos melhores da região; o Tribunal de Anadia é sede do Tribunal de Círculo; a Zona Desportiva pode competir com as existentes nas grandes cidades e acolheu a selecção de futebol da Letónia, durante o Euro 2004; o Museu do Vinho assume-se como um espaço único na região e no país e, ainda em fase de construção uma nova Biblioteca Municipal, um Cine-Teatro e um novo Mercado Municipal", acrescentando apenas "pena é que não tenhamos as acessibilidades nacionais a que temos direito, nomeadamente a variante ao IC2 e o nó de acesso à A1, reivindicados há anos pela autarquia e pelas populações."

Relativamente à integração de Alféloas, Arcos, Canha, Famalicão, Malaposta e Vendas da Pedreira, da freguesia de Arcos e Póvoa do Pereiro, da freguesia da Moita na cidade de Anadia, Litério Marques explicou que se deve ao facto de ser "a área territorial com sequência habitacional e que geograficamente é a mais correcta", mas que as povoações em causa, como é natural, continuam a fazer parte das freguesias onde estão inseridas "não se tratando portanto de uma divisão administrativa".

“UMA MAIOR RESPONSABILIZAÇÃO DO MUNICÍPIO”

No documento que se encontra na AR, José Manuel Ribeiro avança mesmo que "(...) estamos, pois, perante uma área plana, situada entre a margem direita do Cértima e a margem esquerda do Serra, e que se prolonga um pouco para Norte do ponto onde estes rios se encontram. Porque reúne, naturalmente, condições propícias à fixação humana, nela surgiram diversas povoações que, nos nossos dias, acabariam por originar um aglomerado populacional contínuo constituído por Canha, Malaposta, Famalicão, Alféloas, Arcos, Anadia, Vendas da Pedreira e Póvoa do Pereiro. Esta última pertence à freguesia da Moita, mas representa a principal área de expansão urbana de Anadia, juntamente com o Montouro, numa lógica de crescimento para Sul e Sudoeste. Ou seja, uma área urbana contínua com um total de cerca de 6,5 km2, onde residem mais de seis mil habitantes(...)."

A JB o edil anadiense admite, no entanto, que "embora não se vão verificar ou registar quaisquer benefícios materiais, haverá uma maior responsabilização do município e da própria população", admitindo que em áreas como ao nível dos transportes públicos, zonas de lazer e limpeza do espaço urbano se possam vir a notar algumas melhorias.

Catarina Cerca


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