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20-01-2017

PSD de Ílhavo vê candidato do PS como “franco atirador que responde apenas à sua ambição”.



A concelhia de Ílhavo do PSD afirma que o PS escolheu como candidato à Câmara Municipal um militante Social Democrata com as quotas em dia e em condições de eleger a próxima comissão política que será liderada por Carlos António Rocha.

E não considera Eduardo Conde (na foto) “rosto” de contestação dentro do PSD mas um “franco atirador que responde apenas à sua ambição” e que “inventou pretextos para mudar de casa porque não teve a dignidade de assumir as suas intenções junto dos que, até hoje, acreditaram nele”.

O dirigente diz que a solução encontrada é o reconhecimento da “incapacidade” do PS para encontrar nas suas fileiras “uma personalidade com o perfil” e “com uma visão para o Município coerente com as prioridades estabelecidas pelo Partido Socialista de Ílhavo”.

“O PS Ílhavo apresentou hoje como candidato a Presidente da Câmara de Ílhavo um militante do PSD com as quotas em dia e em condições de exercer o seu direito de voto nas eleições da Concelhia do próximo sábado, dia 21 de Janeiro”, acusam os sociais democratas em comunicado.

Carlos António Rocha considera ainda que se desfazem dúvidas sobre as razões da cisão de Eduardo Conde com o PSD. “É bom para a democracia e para o PSD que o candidato do PS se tenha deixado de rodeios e assuma, finalmente, quais as razões de índole pessoal e política que, na verdade, justificaram os seus exercícios de contorcionismo mais recentes e o conduziram à renuncia daquele mandato”.

“O que não pode o PSD é admitir que, sob a capa de uma pretensa superioridade moral e de virtude política, Eduardo Conde esconda a sua recalcada ambição de se tornar vereador da Câmara de Ílhavo e, tendo descoberto no PS essa oportunidade, venha agora reclamar-se como o rosto da contestação a uma política que classifica como mais fechada e defender que é tempo de criar novo ambiente. Ou que nos venha dizer que o ar está irrespirável e o Concelho precisa de ser feliz”.

O PSD Ílhavo lembra que até ao momento da renúncia ao mandato na Assembleia Municipal Conde ainda se reclamava “defensor dos valores da social democracia em que acredita e pelos quais pugna” e concordava “em termos genéricos com o desempenho da maioria PSD na autarquia”, discordando do "modelo de atuação da sua bancada na Assembleia Municipal”.

Em dois meses tudo se alterou com o afastamento do PSD e a aproximação ao PS num projeto que assume a vontade de construir um tempo novo.

“Haverá tempo e lugar para discutir a felicidade dos ilhavenses em viver na sua terra e as suas afinidades com quem os governa. Mas não pode, a propósito, deixar de recordar-se que foi no seio do PSD que Eduardo Conde, sem qualquer reparo ou sanção das estruturas locais, distritais ou nacionais do Partido, foi apoiante da candidatura presidencial de Sampaio da Nóvoa. Se este não é um espaço de liberdade, se este não é um partido aberto à livre expressão do pensamento dos seus militantes é o quê? Quantos dos militantes do PS de Ílhavo que agora são fanáticos apoiantes de Marcelo Rebelo de Sousa, o apoiaram ou deram a cara pela sua candidatura? Onde estava, então o espaço político fechado de onde Eduardo Conde quer fugir, como arauto da liberdade? E onde estava Eduardo Conde quando os seus atuais “compagnons de route” vociferavam contra a intransigência e irredutibilidade de outros tempos? Quando os seus amigos de agora se queixavam da irrespirabilidade do ar?”

 


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