Estamos na semana do Natal.

O Natal é um tempo que desejamos ser de paz.

O Natal é um tempo em que procuramos viver a família.

O Natal é um tempo de recolhimento interior e alegria.

Todos, e vamos dizer todos, tentamos nestes dias estar mais próximos da família e dos amigos. Mais perto dos seus problemas e ansiedades dos outros. Mais solidários também.

Lembramo-nos das crianças e oferecemos-lhes, por vezes, demasiados e excessivos presentes. Esquecemo-nos das mais infelizes e por isso procuramos confortar a nossa alma com umas ofertas a algumas instituições de caridade.

Trocamos presentes e lembramo-nos de quem já esquecemos. A poluição comercial que hoje o Natal encerra, aumenta o ruído à nossa volta e impede o nosso discernimento e focagem nos valores que de facto interessam.

Vamos à missa e às celebrações religiosas e lembramo-nos de Deus e das nossas faltas para com Ele.

Evocamos todas as guerras jurando a sua extinção. Recordamos todas as formas de exploração humana e prometemos a sua abolição.

Vivemos assim o Natal, talvez por tradição, talvez arrastados pelo espírito da quadra.

É um tempo em que cometemos alguns exageros de gula, mas em que decerto esperamos a indulgência do Criador. Mas não a do corpo. Vem-nos então à memória uma frase batida: "quando a cabeça não tem juízo o corpo é que paga". Mas lá passa, entre pílulas e dietas posteriores mais rigorosas.

Vemos os excelentes espectáculos que normalmente ocorrerem nesta época. Dos circos, que fazem as delícias das crianças, às grandes representações teatrais que muitas vezes vivificam a mensagem cristã. Predispomo-nos a ir concertos, lemos mais, damos mais atenção às coisas culturais.

Da política nestes dias ouvimos falar e não ligamos muito. De facto nestas alturas os políticos também não nos aborrecem. Estão todos bastante amorfos e preocupados com os filhoses. O Pais seguirá em Janeiro.

O Natal é pois um tempo diferente.

É pena que o haja Natal apenas uma vez por ano.

A equipa do Jornal da Bairrada deseja a todos os nossos assinantes e leitores um Santo e Feliz Natal

António Granjeia*
*Administrador do Jornal da Bairrada