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12-01-2005

Todos contra o Troviscal


Oliveira do Bairro

A freguesia do Troviscal esteve, na última Assembleia Municipal, no centro das atenções de muitos deputados que não vêem com bons olhos os investimentos que a Câmara está a efectuar nesta freguesia e especialmente no Centro Cultural do Troviscal que abrange o Museu de Etno-música da Bairrada, cujos trabalhos estão a decorrer, o Auditório, com propostas de preços já apresentadas e ainda o Pólo de Leitura.

“Um investimento descarado”

Estas obras, constantes da informação da actividade municipal e do plano plurianual bem como a construção da Escola de Artes, já em funcionamento, e valores correspondentes, mereceram de todas as bancadas alguns reparos, mas a crítica mais pertinente partiu da bancada social democrata, através das palavras do médico Manuel Nunes.

Manuel Nunes começou por referir-se a “uma gestão sem equidade” da parte da Câmara Municipal, para, depois, avançar para as obras que andam ou vão ser realizadas no Troviscal “de uma forma absurda, situações que devem ser denunciadas todos os dias”.

“É o pólo escolar, é a Escola de Artes, é a sede da Junta de Freguesia, é a sede da Filarmónica, são as rotundas, é a iluminação subterrânea”, especificou Manuel Nunes, chegando mesmo a dizer que “é um investimento descarado na freguesia do Troviscal e isto não é justo para os munícipes” para concluir de uma forma bombástica e comparando com os investimento de que carece a freguesia de Oiã: por este andar, a futura cidade é o Troviscal e não Oiã”.

Investimento de grande calibre

“No Troviscal para um pólo de leitura estão inscritos 650 mil euros, mais 165 mil euros para o Centro Cultural e para a Escola de Música 2.925 mil euros, mais o que já foi gasto”, afirmou o deputado centrista Armando Pires da Silva que havia de questionar-se comparativamente com a freguesia de Oiã: “então, se, para fazer estas obras, vão gastar tantos milhões, como se pode fazer em Oiã um edifício só com duas ou três centenas?” (referia-se certamente ao valor constante do plano e orçamento, 75 mil euros).

Mais adiante, havia de afirmar: “no Troviscal tem de haver Pólo Educativo, Centro Cultural, Escola de Música, Museu, Auditório, etc, etc? Oiã não tem direito a nada”.

Por sua vez, Henrique Tomás (PS), em tom mais brando, havia de afirmar que as obras a levar a cabo no Troviscal “dignificam o concelho em qualquer parte, mas parece que não ficariam nada mal nesta cidade”.

Por outro lado, havia de questionar-se e questionar o executivo de Acílio Gala: “será que uma obra deste calibre tem a rentabilidade desejada para justificar este investimento?”.

Na sua opinião, concorrerá para o desequilíbrio das contas e depois, “o sr. presidente diz sempre que não há dinheiro”.

“Praticamente no centro do concelho”

Por sua vez Acílio Gala refutou algumas acusações afirmando que a localização destes equipamentos não vão “ficar numa ponta, não vão ficar descentralizados e estão praticamente no centro do concelho”.

Quanto à preocupação demonstrada relativamente aos custos e gastos, o presidente da edilidade oliveirense que “não vai haver desequilíbrio nas contas”.

Também sossegou o presidente da junta de Oiã, dizendo que “tem muita razão” para acrescentar que “Oiã e Oliveira do Bairro vão avançar no próximo ano 2006”.

Armor Pires Mota


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