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23-01-2005

Portas não responde a críticas do PSD


Eleições

O líder do CDS, Paulo Portas, disse hoje que vai manter a linha e a postura, não comentando críticas do PSD ao seu partido, porque o eleitorado não perdoaria a polémica.

Paulo Portas pediu silêncio na sala, durante a apresentação dos candidatos do CDS por Aveiro, para "desiludir" os jornalistas que estavam à espera de uma reacção às críticas feitas por Luís Filipe Meneses e Santana Lopes, "o que a esquerda aplaudiria".

"Terá havido crítica do parceiro de coligação ao nosso partido. O presidente do CDS mantém a sua postura e a sua linha. Somos partidos aliados e o meu comentário é nenhum. O eleitorado não nos perdoaria a polémica", disse.

Noutra passagem da sua intervenção voltou ao tema: "Não contem comigo para tricas. A nossa lealdade é a Portugal, que tem direito a uma campanha decente porque está num momento difícil".

O líder do CDS salientou que o seu partido vai às eleições "unido, sem artifício ou consenso falso" e de "cabeça erguida" porque em três anos no governo "foi estável, ofereceu competência, manteve o entendimento".

"São três anos de provas dadas", frisou, aconselhando os militantes a não terem "euforia, mas atitude de formiga" para conquistar eleitores da classe média "que não querem o regresso dos socialistas e que querem que as coisas corram melhor".

"O CDS saberá responder com moderação e convicção a esses eleitores", porque "esses votos não podem ir para a abstenção", garantiu.

Paulo Portas criticou José Sócrates e o programa de governo do PS, sublinhando que o CDS vai a eleições com uma equipa de governo, apontando Bagão Félix para as Finanças, "que ao contrário do líder socialista tem uma política fiscal e propôs a baixa gradual do IRS, acompanhada do combate à evasão ao fisco".

"Sócrates pratica apenas a evasão democrática porque não quer debater ideias", acusou.

Para Paulo Portas o programa de governo do PS traduz-se em duas ideias: mais emprego e combate à pobreza.

Desafiou por isso Sócrates a apresentar o curriculum em tais matérias porque, ele sim, enquanto ministro da Defesa, evitou a perda de postos de trabalho nas OGMA, nos Estaleiros de Viana e nas unidades fabris das Forças Armadas e combateu a pobreza com as pensões aos antigos combatentes e com a convergência de pensões de reforma.

Antecedeu-o Bagão Félix, que se reafirmou "independente por feitio", mas com "o CDS no coração" e crente num Estado "de rigor, austero e transparente, contra a acomodação, a corrupção e a indiferença".

Acusando os socialistas de se "enganarem na tabuada", Bagão Félix disse que é preciso que digam "onde, como e quando vão reduzir a despesa pública", questionando se vão despedir funcionários públicos ou eliminar serviços.

"Não querem mais impostos, não querem mais despesas e não querem receitas extraordinárias, mas não dizem é que a grande reforma orçamental, proporcionada pela diferença dos juros da dívida pública, foi desbaratada nos governos socialistas. Aumentaram a despesa primária e agora são eles que dizem que querem reduzir a despesa", comentou.

O mandatário da lista por Aveiro, Acílio Gala, exortou os candidatos a intensificarem a acção política nos diversos concelhos, "sem estarem à espera que o líder do partido possa ir a todos", para que o CDS possa eleger três deputados pelo círculo, nas próximas eleições.


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