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06-02-2005

CDS-PP quer fazer do Porto capital empresarial do Noroeste ibérico


Eleições

O CDS-PP propôs ontem fazer da região do Porto e Aveiro "a capital empresarial de todo o Noroeste da Península Ibérica", aproveitando o desenvolvimento industrial e de serviços desses distritos do Norte do país.

"É possível fazer dos distritos do Porto e de Aveiro um pólo empresarial de indústrias e serviços de todo o Noroeste da Península Ibérica", defendeu o vice-presidente do CDS-PP António Pires de Lima, num debate em Aveiro sobre economia.

O cabeça de lista democrata-cristão pelo círculo eleitoral do Porto disse que essa "verdadeira capital empresarial" teria provavelmente aquela cidade como capital e mostrou-se convicto de que "os mercados em Espanha estão abertos a esta possibilidade".

"Comprometemo-nos a tomar as medidas que dependam da gestão pública para que esta ambição se transforme em realidade", afirmou o responsável pela economia no programa eleitoral do CDS-PP, apontando como uma dessas medidas a prioridade à construção de uma linha ferroviária de alta velocidade entre o Porto e a Galiza.

Perante cerca de 100 pessoas, numa tenda montada pelo partido no centro de Aveiro, Pires de Lima salientou que o modelo defendido pelo CDS-PP para o crescimento económico é centrado na liberalização da economia, dando espaço e facilitando a iniciativa privada.

"É preciso devolver o poder às pessoas, aos cidadãos, às famílias, para que possam livremente escolher, por exemplo, a escola onde querem educar os seus filhos ou o hospital público ou privado onde querem ser atendidos", acrescentou, depois de criticar "a asfixia e rigidez" do Estado e também da Constituição da República sobre "a liberdade individual".

Neste sentido, o nome proposto pelo CDS-PP para a pasta da Economia defendeu que o aeroporto Sá Carneiro e o porto de Leixões sejam "geridos numa óptima empresarial privada e de interesse regional, não dependendo exclusivamente do poder central de Lisboa".

Pires de Lima sustentou que este estímulo à iniciativa privada será a "receita para criar emprego" e criticou a proposta do PS de criar 150 mil empregos, argumentando que esta meta só é alcançável "pela via administrativa".

"Seria um grande crime que se procurasse criar emprego (50 mil, 100 mil ou 150 mil, como alguns propõem) à custa da engorda da Administração Pública, como aconteceu em Portugal desde 1995 até 2001", disse, referindo-se ao tempo de governação socialista de António Guterres.

Antes, o presidente do CDS-PP, Paulo Portas, voltou a dramatizar o voto no PCP e no Bloco de Esquerda nas eleições de 20 de Fevereiro, avisando "a classe média e os empresários" para o risco de se recuar face aos "sinais de vida" que a economia portuguesa deu em 2004.

"Olhem bem para o voto que vão dar, porque senão essa economia vai outra vez voltar à letargia, à descrença, ao desânimo, à desconfiança, e a economia precisa de confiança", advertiu, considerando que Portugal tem condições potenciais para "se tornar num dos vinte países mais competitivos" do mundo.

Paulo Portas, que se candidata novamente pelo círculo de Aveiro e voltará à cidade por mais duas vezes durante a campanha com o objectivo de aumentar de dois para três o número de deputados, aproveitou para repetir os elogios ao ministro das Finanças, Bagão Félix, com quem o CDS-PP diz contar "depois do dia 21 de Fevereiro", a seguir às legislativas.


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