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12-02-2005

CDU defende prioridade ao combate à pobreza


Eleições

Jerónimo de Sousa e Ilda Figueiredo viveram sexta-feira à noite um ambiente de festa no comício da CDU em Espinho, Aveiro, cujo tema foi o combate à pobreza e exclusão social, num distrito afectado pelo desemprego.

Perante uma sala cheia, Jerónimo de Sousa começou por lamentar, em tom de brincadeira, que a organização da campanha lhe tivesse dado, já pela segunda vez, uma sala demasiado pequena para os apoiantes, cerca de 350.

O secretário-geral atacou a política que tem sido seguida nos últimos 28 anos de combate à pobreza, em que "PS, PSD, com ou sem CDS- PP lavaram as mãos das suas responsabilidades".

"Agora descobriram, em tempo de eleições, que Portugal tem muitos pobres. Quanta hipocrisia há nestas súbitas preocupações, que mais não servem do que para esconder as suas responsabilidades", acusou.

Jerónimo de Sousa fez mais uma vez na campanha uma incursão pela ideologia comunista, que procura "dar resposta às causas da pobreza e da exclusão social", contrapondo com as políticas dos outros partidos, que têm uma "visão caritativa".

Contra a "ofensiva ideológica" dos partidos da direita, Jerónimo de Sousa defendeu que "a pobreza não é uma fatalidade" e que "não basta ter pena dos pobres, o importante é acabar com as causas da pobreza em Portugal".

"É espantoso que um ministro do CDS, Bagão Félix, tenha tido tanto ódio em relação à possibilidade de fraude nos subsídios de desemprego e não o tivesse quanto à fraude e à evasão fiscal", sublinhou.

A garantia de trabalho com direitos, o fortalecimento dos serviços públicos, a criação de um Observatório Nacional de Pobreza e a instituição de um fundo de solidariedade a partir do Orçamento de Estado são algumas das medidas defendidas pela CDU.

Ilda Figueiredo, que já assegurou que se for eleita no dia 20 de Fevereiro abandonará o cargo de deputada no Parlamento Europeu, criticou os seus adversários directos no distrito, e em particular Paulo Portas, do CDS-PP, e Manuel Pinho, do PS.

"Como é que se pode ter confiança num homem de quem se diz que vai ser o ministro da Economia, que se recusa a ouvir as opiniões e as queixas das pessoas que iam assistir?", questionou, referindo-se a debates com os cabeças de lista distritais.

Quanto a Paulo Portas, Ilda Figueiredo acusou de "ter falhado" nas promessas que fez aos reformados, aos agricultores, criticando igualmente o líder do PP por "não querer debater".

O cenário negro de desemprego e de pobreza no distrito, em que "os 31 mil desempregados são apenas a ponta do iceberg", como afirmou Ilda Figueiredo, contrastou com o ambiente de festa que os candidatos viveram no comício, em que os participantes inauguraram um novo slogan: "CDU avança, com toda a confiança".


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