Equilibrado, competitivo, como nunca visto.
A realidade pode ser essa, mas não acreditamos nela. O futebol português continua nivelado por baixo, mesmo que o campeonato da SuperLiga viva uma emoção desigual.

Nunca FC Porto, Sporting e Benfica perderam, em conjunto, tantos pontos nas primeiras 20 jornadas do Campeonato. Como também nunca foi usual ver um conjunto tão alargado de equipas tão próximas no caminho do título, onde apenas quatro pontos separam o 1.º e o 6.º classificados.

Razão há para que isso aconteça. O Porto, campeão da Europa e do Mundo, talvez com o melhor naipe de jogadores, em dois meses, destruíu com a equipa então de José Mourinho. Luigi del Neri, que não aqueceu o lugar; Victor Fernandez que optou por diversas políticas, numa espécie de romper com o passado, já não fazem parte da mobília, recaindo, agora, todas as responsabilidades para o terceiro treinador contratado, José Couceiro. E já lhe chamam o Mourinho parte II!

O Sporting tem “empancado” onde menos se espera, acusando, sobremaneira, a síndrome da liderança, vivendo também com alguma ruptura directiva face, à aliança, protagonizada por Dias da Cunha e o Benfica, liderado por Luís Filipe Vieira.

O Benfica é o único clube que está em todas as frentes. Nos momentos decisivos, tanto em casa, como frente aos grandes, as águias têm derrapado, mas têm sabido aproveitar, mais ou menos bem, os deslizes dos seus concorrentes directos. Está na luta como há dez anos, quando venceu o último campeonato.

Numa análise fria e objectiva, todos têm fracassado. Se assim não fosse, um deles já tinha fugido da concorrência.

E, se nos lembrarmos que o Boavista, também metido na corrida, ganhou o seu único campeonato, porque cedo demais Benfica e Sporting ficaram pelo caminho, o FC Porto, único que lhe deu resistência, vacilou nos momentos capitais, então não nos podemos esquecer do Braga, Boavista e Marítimo.

É que os grandes a continuarem fracos, quem sabe se nova surpresa nos estará reservada!

Manuel Zappa