A terceira edição do Mar Film Festival arranca esta sexta no Museu Marítimo de Ílhavo para três dias dedicados ao cinema de temática marítima.

O arranque acontece, às 10h, com a antestreia de “Mar, a última fronteira”, uma série documental de imagens subaquáticas da costa portuguesa e arquipélagos da Madeira e Açores, realizada pelo videógrafo subaquático, Nuno Sá, que foi distinguido em 2018 com o prémio BAFTA, na categoria de melhor fotografia num dos episódios da série documental “Planeta Azul”, da BBC.

Nesta nova série, produzida com o Oceanário de Lisboa, o videógrafo procura mostrar que Portugal tem uma vida marinha comparável aos melhores sítios do planeta.

A sessão finaliza com uma conversa sobre o documentário, com a presença de Nuno Sá e de Catarina Eira (CESAM-UA). A antestreia no Mar Film Festival está reservada sobretudo ao público escolar, estando a entrada do público em geral condicionada aos lugares restantes.

Sexta-feira, às 21h30, acontece a abertura oficial do festival, com a exibição de “Hálito Azul”, documentário em torno da freguesia piscatória da Ribeira Quente na ilha de S. Miguel, nos Açores, e da vida de quem luta por dias normais, ainda que com o peixe a escassear. A sessão acaba com uma conversa com o realizador, Rodrigo Areias (galardoado em vários festivais) e com Nuno Sá.

No sábado, 27 de abril, destaque para “Fogo no Mar”, de Gianfranco Rosa, a exibir às 21h30. O documentário capta a vida da ilha italiana de Lampedusa, o local que tem sido manchete mundial nos últimos anos por ser o primeiro porto de escala para centenas de milhares de imigrantes da África e do Médio Oriente, que tentam fazer uma nova vida no continente europeu.

No final, os comentários estarão a cargo da escritora Ana Margarida de Carvalho e de Ana Rodrigues, representante do CNIS (Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social).

O dia começa com “Portugal tem lata”, de Rui Pregal da Cunha e João Trabulo, um documentário sobre a indústria de conservas de peixe e a atual valorização deste produto.

O sábado continua com o clássico de John Huston, “Moby Dick”, com a famosa busca do Capitão Ahab pela baleia branca; seguindo-se “A rebentação”, de Paulo Fajardo, sobre as tradições da Arte Xávega, na Praia da Tocha.

Ainda durante a tarde, exibe-se “Submersos”, o mais recente filme de Wim Wenders, sobre uma história de amor e aventura passada na Normadia.

A manhã de domingo é para os mais jovens, com “As aventura de Tintin. O segredo do Licorne”, de Steven Spilberg. Depois do filme, segue-se uma oficina de cinema de animação para crianças.

Além de todos os novos filmes de ficção e documentário, uma das grandes novidades da edição 2019 é a mesa redonda “O mar entre a literatura e o cinema”, que se realiza no sábado, dia 27 de abril, às 17h00, com a participação da escritora Ana Margarida de Carvalho, do realizador Rodrigo Areias e de Abílio Hernandez Cardoso, docente na Universidade de Coimbra, moderados por Ana Paula Medeiros.

O programa do Mar Film Festival inclui, ainda, a exibição dos filmes participantes no concurso de curtíssimas metragens “Novas Vistas Lumière” e no concurso escolar de entrevistas “Memórias de RiaMar”.

Nesta edição do festival, a secção de retrospetiva “O Cais do Nosso Olhar” destaca o realizador Manuel Paula Dias, cujas obras “Sal, duro sal” e “Vivinha da Costa” serão exibidas esta sexta às 14h30.