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10-03-2005

Dia Internacional da Mulher


Univer(sal)idades

Qualquer causa que se espelha nos habituais dias internacionais contém em si um misto de ‘memória’ e de projecto. E ao mesmo tempo, à primeira vista, manifestam uma sofrida quase-ineficiência, uma imensa pequenez diante da própria difícil realidade. Lembrar o Dia Internacional da Mulher, em sociedades de raízes patriarcais que nos deram origem, quer ser oportunidade de lançar o olhar a fim de nos aproximarmos sempre mais de uma maturidade humana que parece que a cada momento se nos escapa. E aqui, qualquer posição extremista está sempre a mais: quer a indiferença, o deixar correr (até à constatação dramática da crescente denúncia de violência doméstica), quer a exuberante exaltação feminista que cega o horizonte, podendo paralisar a relação humana pacífica e saudável (até em fragmentada família).

Talvez o que faça falta seja uma reflexão (antropológica) (1) séria e (2) consequente, levada à realização, com implicação efectiva e que nos aproxime do princípio absoluto de cada pessoa humana, mas algo que teria de derrubar altos muros, das sociedades às religiões. Às vezes, andamos a batalhar por algo, por direitos reconhecidos, quando o que falta é a sua aceitação consciente e vivida; num olhar global, por vezes, parece que se quer dar um presente de reconhecimento à mulher quando cada ser humano (feminino) contém em sim marca de Absoluta dignidade. Dramaticamente, perde-se tempo demais (e está-se quase sempre na mesma!) diante de tesouros de igual dignidade do ser humano já encontrados.

Que faltará que derrube a visão de menoridade que limita o acolhimento consequente da igualdade em cada Pessoa Humana? Que forças de bloqueio resistentes ao peso limitado da própria história (das sociedades às religiões) a caminho desse único futuro? Só detectando e promovendo, lá iremos, como o tem feito a ONU, sendo de destacar como pontos de referência as Conferências Mundiais sobre a Mulher (sublinhamos a IV Conferência em Pequim 1995, e, em 2000, a Sessão Especial da Assembleia Geral da ONU para avaliação dos compromissos assumidos pelos governos na IV Conferência Mundial sobre a Mulher, tendo sido aprovado Documento de Resultados firmado por 192 países, onde está manifesta a dificuldade pragmática). Também destacamos que, em 1999, o dia 25 de Novembro passou a ser designado pela Assembleia Geral como Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, uma vitória creditada ao movimento de mulheres da América Latina.

Neste mundo do conhecimento, sem um amadurecimento estudado qualquer extremismo acabará por ser inglório e contraproducente; mas também diante da ‘aceleração da história’ importa não perder mais tempo quando o essencial está encontrado: uma igual dignidade que (até na base das origens histórias medievais) na família monogâmica terá a sua raiz com futuro. Por isso, falar da mulher (como falar de homem) com integralidade, será também e essencialmente pensar a Família: como está? Que concepções e visões, problemáticas e esperanças, de hoje e para amanhã?... Há quem diga que (com tanta radicalidade em alguns sectores que se observa na chamada vida moderna?e com crianças que já há muito não recebem a educação de Pai e Mãe) estamos em caminhos de retrocesso em relação à própria dignidade de cada um. Homem e Mulher perdem(-se)! A valoração dignificante só se encontra pela alteridade, na relação com o outro, e nunca pelo isolado individualismo; aqui preside a ilusão, já que ninguém será autenticamente feliz sozinho. Quase dizemos que, quer queiramos quer não, temos de re-aprender a viver uns com os outros!

Porquê 8 de Março - Dia Internacional da Mulher? A história não é animadora no contexto de revolução industrial. Neste dia, no ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve. Ocuparam a fábrica a fim de, justamente, reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, fora declarado incêndio. Morreram queimadas 130 mulheres. Em 1910, numa Conferência Internacional de Mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como “Dia Internacional da Mulher”.

Se da história, na antiguidade clássica (em Roma) a mulher infelizmente não era sujeito de direito? ?, foi o horizonte do Cristianismo, com maior vigor a partir do século IX, que ajudou a criar sentido de humanidade rumo à dignificação da mulher. E tudo parte da família: na ideia da instauração do casamento monogâmico como factor decisivo (até para a progressiva intervenção na corte?), a mulher passou a ser o elemento essencial na constituição da família.

Se o caminho sofrido já vai muito longo, que se apresse uma nova consciência universal, em que será o Ser Humano na sua essência e competência a viver caminhos situados de igualdade, onde nunca se tratará de clonar ideias de um inconsciente igualitarismo, mas um profundo e humilde apreciar a riqueza e beleza das tarefas diferenciadas de cada um na mesma construção da família e, por isso, do mundo mais humano.

Alexandre Cruz*
* Centro Universitário de Fé e Cultura


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