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04-04-2005

Guardas Suíços vão guardar o corpo de João Paulo II


Papa / Óbito

O corpo de João Paulo II, a partir de hoje em câmara ardente na Basílica de São Pedro, será guardado, como manda a tradição, pelos Guardas Suíços que há quase 500 anos garantem a segurança papal.

Trata-se de um processo de vigília normal, mas que este ano assume mais importância, já que a partir de Junho começam as celebrações dos 500 anos de fundação do que é, para todos os efeitos, o exército papal.

Protectores do Papa e comandados actualmente pelo coronel Elmar Theodor Mader, os Guardas Suíços foram fundados em 1506 pelo Papa Julius II, sendo agora formados por cerca de 110 elementos que, além do Papa, guardam as entradas do Vaticano e do Palácio Apostólico.



Com fatos desenhados, conta a lenda, por Miguel Angelo e nas antigas cores papais - uniformes azuis e amarelos, capacetes com plumas vermelhas - os elementos da Guarda Suíça Pontifical (denominação oficial) têm previsto para 05 de Maio a sua rotação anual.

Esse dia assinala a morte de 147 guardas suíços na protecção do Papa Clemente VII, quando as tropas do Imperador Carlos V entraram em Roma.

Oficialmente, as celebrações dos 500 anos arrancam a 21 de Junho com a publicação de um livro sobre a história que partiu de um pedido inicial de Julius II, que disse necessitar de um exército suíço de 200 homens para o proteger.

As tropas, que partiram da Suíça em Setembro de 1505, sob o comando do capitão Kaspar von Silenem, chegam a Roma a 22 de Janeiro do ano seguinte, a data que oficialmente marca a fundação do exército papal.

A marcha de centenas de quilómetros da Suíça para o Vaticano será recriada no Verão de 2006.

A Guarda, uma instituição com muitos aspectos de funcionamento ainda em segredo, é formada exclusivamente por homens suíços e católicos, entre os 19 e os 30 anos, solteiros de reputação "impecável" e que tenham pelo menos 1,70 metros de altura.

Criado à semelhança dos exércitos que existiam na época em vários países da Europa, hoje é identificado como "o exército mais pequeno do mundo".

Sob o comando do Papa, os guardas prestam juramento, comprometendo-se a "velar constantemente pela segurança da pessoa sagrada do Santo Padre e da sua residência". Assumem igualmente funções em importantes cerimónias de Estado.

Hoje, a estrutura é dirigida por cinco oficiais, servindo sob um estandarte que na parte inferior tem as armas do Papa Júlio II e na sua parte superior apresenta as do Papa reinante.

É à Guarda Suíça Pontifical que caberá guardar nos próximos três dias o corpo de João Paulo II perante o qual deverão desfilar dezenas de milhares de pessoas.


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