Na tarde de domingo, dia 19, a igreja matriz de Oliveira do Bairro foi palco de um excelente concerto de música coral, interpretada pelo Coral de Letras da Universidade do Porto, uma iniciativa do Círculo de Cultura Musical da Bairrada.

“Uma honra”

“É uma honra para Oliveira do Bairro estar aqui o Coral de Letras da Universidade do Porto”, afirmava Dias Cardoso que o considerou um dos melhores corais de todo o país. Mas melhor do que mil palavras “é ouvi-lo”.

É o que fez um público atento, que ali acorreu em razoável número, incluindo autarcas, nomeadamente a vereadora Leontina Novo, também maestros, como Silas Granjo ou António Brito.

O concerto decorreu, mostrando todos os coralistas alta qualidade, desinibição e à-vontade que advêm de saber feito, de muito traquejo. não se adivinhando uma desafinação, um desencontro de harmonias, sob a batuta do maestro José Luis Borges Coelho que, antes, teceu algumas oportunas considerações sobre a importância da descoberta de manuscritos, como é o caso do manuscrito 714 da Biblioteca Municipal do Porto, onde foi encontrada a peça “O rosa bella” com que abriu o concerto.

O Coral, ora parte, revezando-se, com senhoras a aparecerem no naipe dos sopranos, ora na totalidade de elementos, interpretou peças de vários cancioneiros, nomeadamente da Biblioteca Pública Hortênsia de Elvas, cancioneiro do Palácio, Cancioneiro de Musical da Gaspar Fernandes - catedral de Oaxaca, a que corresponderam peças como “Salve Regina”, de Escobar (Pedro do Porto) ou Juan Ponce (“Todo mi bien he perdido”) ou “Toquen as sonajas”, que encantou não só pela harmonia, mas também pelo movimento alegre.

Não faltaram ainda outros autores como Richard Strauss e Arnold Schoenberg ou Eurico Carrapatoso com “alvíssaras”, com que encerrou o concerto.

Antes, ainda cantaram Fernando Lopes Graça (“Balada de um heroína”, “Psalmus CXIX” e “Senhora do Livramento”, qual delas a mais difícil de interpretar por supostas dissonâncias, como que fugindo ao repertório anterior, mas só um coral como este é capaz de levar a peça a bom porto.

O evento terminou com a assistência a tributar uma esplêndida e alongada salva de palmas, satisfeito com o desempenho do coral e com as sonoridades que lhes entraram na alma e com a entrega de ramos de flores aos maestros. As últimas peças foram dirigidas por Guilhermino Monteiro.