A variante que liga Oliveira do Bairro à Malaposta, Anadia, vai ser inaugurada durante o mês de Agosto, terminando com os mais de 20 anos de espera da população. Mas, Litério Marques, presidente da Câmara Municipal de Anadia, já ameaçou que não vai comparecer na inauguração se não forem dadas garantias de que as obras de alargamento e beneficiação da ponte sobre o rio Cértima, vulgo Ponte de Canha, na Malaposta, não forem efectuadas em breve.

“Obra incompleta”

Litério Marques afirmou ao Jornal da Bairrada que não vai inaugurar uma “obra que está incompleta e que constitui perigo para quem sai da variante e entra na Malaposta”. “Aceito que haja atrasos, mas estes não se podem perpetuar eternamente”, reforça. É que o traçado reivindicado pelo autarca foi lançado a concurso público, há mais de um ano, pelo Instituto de Estradas de Portugal (IEP).

O autarca referiu ainda que a cidade de Anadia continua isolada, em termos de acessibilidades, embora a variante represente, de uma forma “muito ténue”, uma melhoria, ressalvando que “não tem grande interesse para o concelho em geral, embora a freguesia de Sangalhos ganhe com a abertura uma vez que estava completamente mergulhada no trânsito”.

O edil anadiense já se tinha mostrado preocupado com o facto da variante entroncar alguns metros antes da Ponte de Canha, que, segundo vistorias recentes, necessita de obras urgentes, adiantando que se formarão longas filas na estreita e degradada ponte.

Trata-se do alargamento e beneficiação da ponte sobre o Rio Cértima, vulgo Ponte de Canha, na Malaposta, Anadia, que fará intersecção da EN-235 com o cruzamento da Malaposta, Anadia (IC1).

O traçado, cujo estudo custou cerca de 95 mil euros, tem uma extensão aproximada de 0,8 Kms e permite completar o troço da referida via. A sua execução está prevista em 210 dias, após a adjudicação da obra que o IEP não confirmou ao Jornal da Bairrada quando se iniciará.

Litério garantiu ainda que continuará a lutar para que o concelho tenha melhores acessibilidades, nomeadamente um nó na A1-Norte que é uma velha aspiração do autarca.

“Intermináveis filas”

Por seu lado, Acílio Gala, presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, afirma que a variante "só cumprirá o objectivo da sua construção se for adjudicada a segunda fase desta via que liga Oliveira do Bairro a Mamodeiro, Aveiro, numa extensão de 11575 metros”.

“Se não for construída teremos intermináveis filas de viaturas na vila de Oiã e na sua zona industrial”, avisou o edil que explica ainda que as reuniões que foram efectuadas com os governantes, acabaram por não “dar em nada”, devido às constantes alterações governamentais.

Acílio Gala referiu ainda que a ponte sobre os caminhos-de-ferro em Oliveira do Bairro não está englobada na beneficiação da EM 596 num troço de 600 metros que faz parte da ligação dos Paços do Concelho à Recer em Vila Verde.

“Efectuámos uma série de reuniões, mas não conseguimos que a Refer assumisse a responsabilidade do alargamento da ponte”. No entanto, recorda que a câmara teve que assumir várias despesas com a expropriação dos terrenos confiantes com os 600 metros que estão a ser beneficiados, e ainda com o desvio dos ramais de águas e esgotos”.

“É toda uma envolvente aos Paços do concelho que vai ficar muito bem”, garantiu o autarca.

Variante

A obra com uma extensão de 8790 metros custou mais de 17 milhões de euros e tem como principal objectivo o afastamento do tráfego rodoviário do interior das povoações de Sá, Sangalhos (Anadia) e de Oliveira do Bairro, da actual EN-235.

Todo o traçado se desenvolve paralelamente ao caminho-de-ferro e à EN-235, e estão incluídos os acessos à zona industrial de Sangalhos, bem como a ligação da variante à EN-235 aos Paços do Concelho de Oliveira do Bairro e ainda a beneficiação da EM 596 em 600 metros.

Actualmente, as obra estão praticamente concluídas, estando em fase final as saídas de Oliveira do Bairro Norte e Centro.