Em declarações à agência Lusa, Filipe Brandão, responsável pela Protecção Civil distrital, disse que houve vários reacendimentos simultâneos, devido à intensidade do vento, estando o fogo perto de algumas casas.

Contudo, tranquilizou a população afirmando que "a presença de meios e pessoal no local é de modo a não suscitar preocupações de maior", já que se mantém o dispositivo de combate às chamas, com 250 bombeiros de várias corporações e meios aéreos.

"Apenas um helicóptero teve de ser deslocado para outro incêndio que lavra em Vale de Cambra, mas todos os outros meios aéreos vão-se manter", disse.

Uma das zonas de reacendimento mais problemático é em Sernada, Carvoeiro, onde os bombeiros têm grande dificuldade de movimentação, devido a terem sido cortados os acessos pelas obras de alargamento da via rápida IP5(A25) para quatro faixas, conforme disse à Lusa o comandante operacional dos bombeiros do distrito, António Machado.

Este responsável salientou que a principal preocupação tem sido "defender pontos sensíveis como casas de habitação, fábricas e bombas de gasolina, o que até agora, apesar das dificuldades, tem sido um objectivo plenamente conseguido".

António Machado acrescentou ainda que foram organizados grupos de bombeiros distribuídos pelas várias povoações em risco, por forma a evitar que o fogo chegue às habitações.

Prevê-se que o vento forte continue a fazer-se sentir durante a tarde e noite.

Entretanto, já surgiram outros incêndios no distrito de Aveiro, nomeadamente em Vale de Cambra, Santa Maria da Feira e S. João da Madeira, mas o de Albergaria-a-Velha continua a ser o de maior extensão.

Dadas as previsões de vento para noite, entre Aveiro e o Porto, e a impossibilidade dos meios aéreos actuarem sem visibilidade, os comandos de protecção civil e bombeiros vão reunir pelas 18:30 para analisarem a situação e definirem a estratégia de prevenção a adoptar durante a noite, devendo ser emitido um comunicado no final desse encontro, disse à Lusa o governador civil.

A Polícia Judiciária de Aveiro tem uma equipa, desde a manhã de hoje, a investigar a origem do incêndio que atravessou o centro urbano de Albergaria-a-Velha na diagonal, empurrado por ventos de Nordeste, e andou perto de habitações em Assilhó, Frias, Frossos e São Marcos.

Apesar dos riscos para os próprios bombeiros, por ser um incêndio "de projecção" que se vai propagando para a frente e se distribui em várias direcções, o comando optou por combater as chamas de frente, quando estão habitações em perigo.

Estão envolvidas no combate ao incêndio 22 corporações de bombeiros com 250 homens e 58 viaturas, um pelotão militar, dois helicópteros, um deles habitualmente estacionado em Albergaria-a-Velha e o outro proveniente de Santa Comba Dão, e dois aviões Dromadair.