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31-08-2005

Gestor judicial da Cardifil queixa-se de aproveitamentos políticos


Águeda

O gestor judicial da Cardifil, no concelho de Á gueda, considerou hoje que a situação da empresa está a ser empolada para fins p olíticos, negando que os trabalhadores tenham encontrado a fábrica fechada quand o regressaram de férias.

O Sindicato Têxtil de Aveiro, em comunicado difundido terça-feira, dava conta de que os 80 trabalhadores da Cardifil, empresa têxtil situada em Valongo do Vouga, Águeda, "encontraram as portas fechadas ao regressarem de férias".

"Não foi feita nenhuma comunicação aos trabalhadores e ou iniciado qual quer processo legal, sendo mais um procedimento a confirmar o clima de irrespons abilidade e de impunidade que se vai instalando no país", classificava o comunic ado daquele sindicato afecto à CGTP.

Aquela estrutura sindical garantiu que os trabalhadores "vão manter-se à porta da empresa até que a situação se clarifique" e anunciou ter solicitado a intervenção da Inspecção do Trabalho.

De acordo com a dirigente sindical Isabel Tavares, durante a manhã de h oje "os trabalhadores mantêm-se à porta da empresa", o que é reconhecido pelo ge stor judicial: "Alguns permanecem no exterior e vou tentar normalizar a situação ", disse à Lusa.

"É lamentável que os trabalhadores andem ao sabor de interesses polític os e sindicais", declarou à Lusa João Carlos Pereira, esclarecendo que durante o dia de terça-feira "a parte central das instalações da empresa esteve aberta" e que apenas esteve encerrado o portão de um sector das instalações "devido a um litígio com o senhorio, por rendas em atraso, que está a ser resolvido". "É tudo empolado para fins políticos", acusou, garantindo que os trabal hadores que pretendam permanecer no seu posto de trabalho o podem fazer livremen te.

João Carlos Pereira afirma que transmitiu aos trabalhadores, antes das férias, que podiam suspender os contratos de trabalho ou regressar à empresa, em bora a Cardifil não possua actualmente "uma única encomenda" para laborar e se p erspective a falência, por falta de acordo com a Segurança Social, um dos princi pais credores, para a sua viabilização.


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