O Tribunal Judicial de Águeda poderá ditar, até ao final do mês, a falência da Cardifil, empresa têxtil de Arrancada do Vouga, Águeda, disse ao Jornal da Bairrada, Leonilde Capela, do Sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil de Aveiro. Poderão, assim, ficar no desemprego 100 trabalhadores, dos quais 20 já suspenderam os contratos de trabalho por justa causa. Futuro negro Apesar da Assembleia de Credores ainda não estar marcada, Leonilde Capela avança que, perante o legislado, deverá ocorrer no dia 23 ou 26 deste mês. A sindicalista explica que, após ter mantido conversações com o gestor judicial da Cardifil, ficou a saber que, “o futuro da empresa é muito negro e as possibilidades de ser decretada a falência judicial, no final do mês, são de 99 por cento”. Leonilde Capela afirmou ainda que o Procedimento Extrajudicial de Conciliação interposto pelo gestor judicial não foi viabilizado pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI). Assim, “o Centro Regional de Segurança Social, o maior credor com um milhão e 200 mil euros, também não aceitou a continuidade da Cardifil pela inviabilidade demonstrada no estudo financeiro”. A mesma responsável sublinhou ainda que os 80 trabalhadores vão permanecer no interior da empresa, até uma decisão judicial, sem terem trabalho, e, que, o cenário de suspenderem os seus contratos de trabalho, “sugerido pelo gestor judicial”, está afastado. “Todos os trabalhadores esperam por uma decisão judicial célere”, reforçou a sindicalista. Falta de acordo Recorde-se que o gestor judicial, João Carlos Pereira, em declarações à Agência Lusa, afirmou que transmitiu aos trabalhadores, antes das férias, que podiam suspender os contratos de trabalho ou regressar à empresa, embora a Cardifil não possua actualmente "uma única encomenda" para laborar e se perspective a falência, por falta de acordo com a Segurança Social, um dos principais credores, para a sua viabilização. O valor total das dívidas da Cardifil, perante dezenas de credores, é de 2 Milhões e 788 mil euros. O Centro Regional de Segurança Social é o maior credor com um milhão e 200 mil euros. |