Francisco Louçã esteve em Aveiro para lançar a candidatura local do Bloco de Esquerda às autárquicas, acto que decorreu junto ao novo estádio de futebol, construído para o Euro-2004, que considerou um mau exemplo da aplicação dos dinheiros públicos.

O dirigente bloquista reclamou também uma auditoria à construção dos estádios do Euro por terem "custado o dobro, significando que o dinheiro foi parar a bolsos errados".

Em comunicado, a candidatura de Alberto Souto à presidência da Câmara de Aveiro acusou Francisco Louçã de, "ao afirmar o que afirmou, se mostrar como um charlatão da política, que fala do que não sabe, e como um político eticamente desossado, que não se coíbe de tentar conspurcar o bom nome e a honra de pessoas e de entidades que não conhece".

A candidatura de Alberto Souto afirma que "a construção do estádio não teve nenhuma "derrapagem" financeira na sua construção e, pelo contrário, foi mesmo um caso nacional exemplar de boa gestão e controlo de custos: foi adjudicada por 43.323.439,53 euros e foi concluída por 44.514.999,96 euros".

O candidato socialista considera que a derrapagem de quase 1,2 milhões de euros (cerca de 2,7 por cento face ao preço da adjudicação) é "notável numa obra daquela complexidade".

"O Bloco de Esquerda tinha obrigação de conhecer todos os factos relacionados com a construção do estádio. Ou os deturpou por irresponsabilidade ou os deturpou por vileza ética indesculpável. As duas hipóteses transformam o Bloco de Esquerda em Aveiro em fala- barato e praguejador da democracia e sabotador da transparência que tanto apregoa", conclui a candidatura de Alberto Souto.