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11-10-2005

Pedalar pode estragar vida sexual - estudos médicos


Saúde

Andar de bicicleta pode em alguns casos estragar a vida sexual e provocar nos homens problemas irreversíveis de erecção, segundo uma série de recentes estudos médicos.

Um selim inadaptado pode bloquear a circulação sanguínea nos órgãos genitais e levar à impotência, sendo que as mulheres ciclistas podem também ter problemas sexuais devido a má vascularização e inervação do clítoris.

Uma dezena de estudos feitos desde 2000 - e resumidos em três artigos publicados por médicos na edição de Setembro do Journal of Sexual Medicine - estima que quatro a cinco por cento dos homens que andam regularmente de bicicleta sofre de impotência em diversos graus, explica o urologista Irwin Goldstein.

Para este médico, chefe de redacção do jornal, "por vezes os danos são apenas temporários", mas nesses casos "vale mais mudar de actividade física".

Os homens que usam bicicletas de competição, cujos selins são longos e estreitos, correm mais riscos de impotência sexual, afirma Goldstein.

O períneo, região entre o ânus e os órgãos genitais em que passa um canal com uma artéria e os nervos que participam no bom funcionamento sexual, nunca fica comprimido quando uma pessoa se senta numa cadeira.

Mas num selim de bicicleta a pressão é sete vezes maior.

Quando mais estreita for a parte da frente do selim, maior é a compressão do períneo, acrescenta.

Também um estudo que comparou as mulheres ciclistas com as corredoras mostra que as adeptas da bicicleta têm mais dificuldade em chegar ao orgasmo.

Para Steven Schrader, especialista no sistema reprodutor no Instituto Nacional de Saúde e Segurança no Trabalho (NIOSH), isto não quer dizer que se deva deixar de andar de bicicleta.

"Os ciclistas ocasionais raramente têm problemas" - escreve este especialista num editorial do jornal. "Mas os que passam longas horas todas as semanas sentados num selim devem ter cuidado".

Segundo estudos, um ciclista sentado num selim tradicional, longo e estreito, projecta para a frente um quarto do seu peso, exercendo uma pressão máxima sobre o períneo.

Três minutos depois, o fluxo sanguíneo que alimenta o pénis começa a diminuir, explicou Goldstein. Passada uma hora, o pénis entorpece, primeiro sinal de problema, acrescentou.

Na sua óptica, os fabricantes de bicicletas, embora tentem melhorar os selins, "evitam reconhecer o problema", o que atribui "talvez ao medo de processos judiciais".

"Não é normal que as bicicletas sejam vendidas sem avisos, já que se trata de um verdadeiro problema médico", insiste Goldstein.


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