Em cerca de cinco anos, houve 2.819 dias de faltas ao trabalho por parte de militares da GNR na sequência de processo disciplinares por consumo excessivo de álcool, escreve hoje o Diário de Notícias. "Entre Novembro de 1999 e Junho de 2004 registaram-se 2.819 dias que não foram trabalhados por militares da GNR em consequência de processo por consumo excessivo de álcool", de acordo com uma dissertação de licenciatura realizada no ISCTE no ano passado pelo Capitão da GNR Gomes de Almeida citada hoje pelo Diário de Notícias. Os 2.819 dias de faltas correspondem a 50 dias por mês, dado que não correspondem a apenas um militar, explica o matutino. Na dissertação, o autor aponta também para um "número significativo de efectivos aumentar o consumo de álcool depois de ingressar na corporação". Gomes de Almeida adianta no seu estudo que o consumo de álcool nas forças de segurança, em especial na GNR, não tem merecido a atenção devida por parte das autoridades e adianta que são mais os agentes e militares apanhados com álcool no sangue em serviço do que fora dele. Para o seu trabalho, o Capitão da GNR entrevistou cerca de 1.500 membros da corporação que se encontravam na Escola Prática da Guarda Nacional Republicana, com sede em Queluz e aquartelamentos em Portalegre e Aveiro, para quem o consumo de bebidas alcoólicas no seio da GNR "é preocupante". De acordo com o estudo, três em cada quatro militares inquiridos (75 por cento) defendiam medidas preventivas, sendo que um em cada três (32 por cento) considerava-as urgentes. A maior parte dos inquiridos, 56 por cento, entendia que o controlo de consumo de álcool era reduzido. O jornal cita igualmente estatísticas oficiais da GNR, de acordo com as quais entre Novembro de 1999, quando entrou em vigor o novo regulamento de disciplina da GNR, até Junho de 2004, foram instaurados 195 processos disciplinares relacionados com o abuso de álcool. |