“Um enorme sucesso”. Esta é a forma como Acácio Lucas, presidente da APPACDM-Anadia (Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental) avaliou o jantar de angariação de fundos, a favor da instituição que preside, realizado na última sexta-feira, dia 18 de Novembro, no Grande Hotel da Curia e que rendeu à instituição aproximadamente cinco mil euros.

Patente o carinho e o respeito pela instituição

“Um evento que contou com a presença de aproximadamente duas centenas de amigos”, acrescentou comovido o responsável máximo da APPACDM para quem, de resto, este tipo de iniciativas “demonstra o carinho, respeito e amizade que a população tem pelo trabalho desenvolvido pela nossa instituição”.

Sendo uma das instituições particulares de solidariedade social mais prestigiadas do concelho anadiense, não faltaram ao “Jantar Dançante”, abrilhantado graciosamente pelo conjunto bairradino “PRIMERO”, diversas individualidades, tais como Celestino Almeida (director Regional da Segurança Social de Aveiro), vários directores de Serviço também da Segurança Social de Aveiro, assim como o vereador Jorge São José, em nome da autarquia anadiense e José Manuel Ribeiro, presidente da Assembleia Municipal de Anadia.

O evento, que decorreu em grande animação juntou sobretudo anadienses, embora os lucros desta festa de angariação de fundos revertessem, na totalidade a favor da obra de Casal Comba - Centro de Actividades Ocupacionais (CAO) e Unidade de Apoio Integrado (UAI) em construção no concelho vizinho da Mealhada há mais de quatro anos.

Assim sendo, a sala de jantar do Grande Hotel da Curia serviu de palco ao jantar dançante que fez as delícias dos presentes, como revelou a JB Acácio Lucas: “a sala estava cheia e, no final, havia já quem me perguntasse quando seria promovido outro jantar semelhante”, o que indica também que, “os presentes eram, sobretudo, pessoas que já não frequentam discotecas, casais de meia-idade, com saudades deste tipo de convívio e das músicas dos anos 50 e 60”, acrescentou avançando ainda que “foi muito engraçado e todos se divertiram” para além de terem “participado num belo gesto de solidariedade” ao qual não faltaram também, para além de muitos anadienses, vários casais pertencentes aos Lions Clube da Bairrada e Rotary Club Curia-Bairrada.

Solidariedade e generosidade dos anadienses

Acácio Lucas sublinhou ainda a generosa e solidária colaboração prestada pelas caves Arcos do Rei, na pessoa do seu administrador, Rui Ribeiro, que suportou todos os encargos/despesas do serviço prestado pelo Hotel, orçado em mais de mil euros.

Acrescente-se que a obra de Casal Comba, em construção desde 21 Novembro de 2001, inicialmente orçada em mais de 200 mil contos (100 mil euros) está ainda longe da conclusão por falta de apoios financeiros, muito embora a data prevista para a sua conclusão fosse o ano de 2003.

Apesar de “urgente e imprescindível”, como a classificou Acácio Lucas, a verdade é que este equipamento, embora inserido num projecto de assistência médica e apoio social a pessoas em situação de dependência, está com um atraso de dois anos na sua conclusão e com apenas 40% da obra realizada.

Com capacidade para 30 utentes, com idades superiores a 16 anos, sofrendo de deficiência mental profunda, o novo Centro de Actividades Ocupacionais virá substituir definitivamente as actuais instalações provisórias onde funciona o CAO, em Casal Comba. Já a UAI é uma valência inédita - um complexo com capacidade para 15 camas, mas dirigido a todos os cidadãos, ou seja uma espécie de unidade de reabilitação ou hospital de retaguarda, especializado em fisioterapia e reabilitação que virá colmatar uma grande lacuna existente na região.

Acácio Lucas avançou ainda ao nosso jornal que dentro em breve, a secretária de Estado da Segurança Social visitará a instituição para se inteirar do estado da obra de Casal Comba e diligenciar, junto do poder central, verbas para a sua conclusão, o mais rapidamente possível, na medida em que, como explicou, se “trata de uma obra muito necessária e que muita falta faz aos dois concelhos e em relação à qual, de há três anos a esta parte, apenas temos recebido pequenas verbas do PIDDAC que não chegam para nada”, acrescentou.

Catarina Cerca