"Ficámos a saber nos últimos dias que até na causa que justificou grandes discursos do governo, Portugal andou para trás: pôr ordem nas contas do Estado. Todos se lembram do primeiro-ministro dizer que tinha de falhar a promessa de não aumentar os impostos para baixar o défice e esta semana soubemos que aumentou o défice e aumentaram os impostos. A despesa pública aumentou brutalmente de 2004 para 2005", declarou Marques Mendes.

Para o líder do principal partido da oposição, que falava sexta-feira à noite num jantar com militantes em Águeda, "a conclusão que se tira é que, em matéria de impostos, durante um ano os portugueses fizeram novos sacrifícios e mesmo assim a despesa do Estado aumentou".

"Significa que o discurso do governo não é verdadeiro e deve começar a arrepiar caminho porque desta forma os portugueses não vêm a esperança que precisam. Esta é a verdade dos factos".

Criticando que "o que mais se sente hoje é propaganda", Marques Mendes disse que o papel do partido na oposição construtiva é o de "denunciar aqueles que falham as suas promessas e não cumprem os objectivos".

"O que me preocupa não é estar na oposição: é ver empresas em dificuldade e a angústia de pessoas que podem perder o seu emprego", referiu.

"Hoje o que Portugal está a exportar para Espanha são consumidores, portugueses que vão lá às compras", adiantou também.

Há propaganda a mais e resultados a menos", considerou Marques Mendes.