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22-08-2006

Há uma "elevadíssima" percentagem de indivíduos que são reincidentes


Incêndios - Grande parte dos autores de fogo posto são reincidentes

O coordenador do Gabinete Permanente de Acompanhamento e Apoio aos Fogos (GPAA) da Polícia Judiciária, Pedro do Carmo, disse hoje que há uma "elevadíssima" percentagem de indivíduos identificados como autores de fogos florestais que são reincidentes.

Sem querer pronunciar-se sobre decisões judiciais, Pedro do Carmo, Director Nacional Adjunto da directoria de Coimbra, disse à agência Lusa que a reincidência no crime de fogo posto deve ser tida em conta nas medidas de coação emanadas pelos tribunais.

O director Nacional Adjunto da PJ adiantou que desde o início do ano foram abertas 700 investigações a casos de fogo posto, que levaram já à detenção de 30 pessoas.

Entre as 30 detenções, 10 indivíduos ficaram em prisão preventiva e 20 com medida de coação de apresentação periódica às autoridades.

De acordo com o coordenador do GPAA, a situação verificada este ano é "sensivelmente idêntica" à registada durante o ano passado.

O perfil do incendiário mantêm-se inalterável, acrescentou a fonte, adiantando que os autores de fogo posto são normalmente homens, com idades entre os 20 e os 50 anos, desempregados, com baixo nível de escolaridade e consumidores de álcool.

Os autores actuam sem motivação definida, muitas vezes apenas com o desejo de provocar agitação, referiu Pedro do Carmo, adiantando que são poucos os casos de autores de fogo com doença psiquiátrica.

O último relatório sobre incêndios divulgado pela Direcção- Geral dos Recursos Florestais (DGRF), que compreende o período entre 01 de Janeiro e 15 de Agosto, indicava o registo de 19.195 ocorrências (distribuídas por 2.402 incêndios florestais e 16.793 fogachos), responsáveis por 33.164 hectares de área ardida.

Das 19.195 ocorrências, 6.805 registaram-se na primeira quinzena de Agosto, "representando um acréscimo de 2.859 ocorrências face ao valor médio para o mesmo período", segundo o relatório.

O maior número de fogos aconteceu no distrito do Porto (4.354), seguindo-se Braga (2.637) e Aveiro (1.856), que perfazem 46 por cento do total de ocorrências.

Contudo, o distrito de Braga foi onde se verificou a maior área ardida (6.940 hectares), seguido por Viseu (5.146 hectares) e Porto (5.024 hectares).


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