O leito do rio Cértima, que atravessa o concelho de Anadia, está inundado por densa vegetação que precisa urgentemente ser retirada antes da chegada do Inverno, altura propícia a cheias, sobretudo se não forem realizados trabalhos de manutenção e limpeza deste importante curso de água.

Densa vegetação esconde outros lixos

Desde Tamengos, passando pela Curia, Espairo, Mogofores, Canha e Avelãs de Caminho, o leito do rio Cértima, nos últimos anos, tem acumulado, no seu interior e margens, densa vegetação que abriga e esconde também muito outro tipo de lixo que inunda e conspurca as águas do Cértima, outrora límpidas e cristalinas.

A última grande limpeza (que gerou acessa polémica devido, ao que algumas vozes dizem ter sido excessiva, já que algumas margens acabaram por ceder, provocando desmoronamentos de terras) foi efectuada, vai para três anos, pela Câmara Municipal de Anadia.

Uma limpeza do leito e das margens do rio, orçada em 300 mil euros (60 mil contos), da responsabilidade da autarquia anadiense que, na altura, recorreu a uma candidatura ao Programa Operacional do Ambiente.

Contactado por JB, o autarca Litério Marques reconhece tratar-se de trabalho que necessita ser feito, mas que só poderá avançar com autorização e ajuda do Ministério do Ambiente, até porque, reconhece tratar-se de um rio que, depois de limpo, “vai pôr a descoberto inúmeras pessoas que continuam a agredi-lo diariamente”.

Se não for limpo as inundações podem voltar a acontecer

Reconhecendo que a limpeza será agora “mais fácil”, uma vez que a grande limpeza foi realizada ainda há poucos anos, garante que a mesma “não só permite regularizar o leito do rio, como também limpar a vegetação que começa a ser muita”, sobretudo perto das povoações de Mogofores, Canha e Avelãs de Caminho, onde a vegetação é mais densa, colocando em risco diversas habitações, localizadas próximo das margens que facilmente podem inundar.

Embora, a autarquia reconheça que só poderá avançar mediante autorização do Ministério do Ambiente, Litério Marques não deixa de reforçar que “a Câmara está disponível e só necessita de luz verde e uma pequena ajuda do Ministério do Ambiente”, destacando que “se não chover é um trabalho que se faz rapidamente”.

Catarina Cerca