O anúncio foi feito pelo presidente dos «lobitos», no final de uma reunião dos órgãos directivos do clube. Licínio Ramos, que, ao longo dos anos, tem sido o principal patrocinador da equipa, admitiu que o investimento «já não se justifica». E lamentou que, a exemplo do que sucede com outros clubes dos distritais, os custos desportivos «não sejam compatíveis com a realidade das empresas e do país».

“Nada é eterno”

«De resto, nada é eterno», referiu aquele empresário, argumentando que, sendo os patrocínios escassos a nível do concelho e da região, se torna evidente que «não posso ser só eu a sustentar o futebol» no Covão do Lobo.

Segundo Licínio Ramos, que é também presidente da Junta da Freguesia de Covão do Lobo, são três as razões invocadas para o clube «fechar portas» - a indisponibilidade de alguns dirigentes, as alegadas irregularidades do campo (que tem sido «chumbado» pela Comissão Técnica da AFA, por não ter as medidas adequadas) e, principalmente, questões de ordem financeira.

Época passada custou 30 mil euros

Neste último caso, sabe-se, hoje, que as despesas com a época passada terão ultrapassado os 30 mil euros. Uma pequena «fortuna» para um clube que milita na II Divisão Distrital e que, para além de cumprir os compromissos com jogadores e a equipa técnica, tem também a seu cargo a inscrição na AFA.

Uma situação «incomportável» para os cofres do clube, a que se junta o alegado desinteresse dos sócios e adeptos, que geralmente comparecem no campo em número reduzido. «Fazer um jogo em casa para 30 ou 40 pessoas não se justifica», considera Licínio Ramos, para quem qualquer investimento «só é benéfico se abrange muita gente».

Comprometendo-se a garantir as instalações «dignas e operacionais» para a eventualidade do clube poder ressurgir a qualquer momento, o presidente do Covão do Lobo diz que o Futsal é para continuar.

«Os Lobitos ficaram na I Divisão Distrital e os objectivos passam pela manutenção», especificou Licínio Ramos, que pretende ainda manter em competição uma equipa de infantis e voltar a apostar na formação.

Vereador do Desporto não sabe de nada

Instado a pronunciar-se sobre a não inscrição do Covão do Lobo na Associação de Futebol de Aveiro para a próxima época, o vereador do Desporto da Câmara de Vagos não quis comentar, alegando que desconhecia oficialmente a situação.

«Não sei de nada, fui apanhado de surpresa pela notícia e não quero, por enquanto, tomar posição», referiu Fernando Capela, que, já este ano, atribuiu ao clube de Covão do Lobo um subsídio de 15 mil euros.

Eduardo Jaques