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17-10-2006

Para aplicações biomédicas


UA investiga potencialidades de nanopartículas

A Universidade de Aveiro está a realizar uma investigação na área da nanoengenharia de partículas magnéticas e luminescentes para uma futura aplicação na área da Medicina.

Os primeiros resultados foram promissores e auspiciam o aparecimento, em breve, de alternativas às actuais técnicas de diagnóstico clínico in vitro e na separação magnética de células e respectiva marcação por fotoluminescência.

Iniciado em 2002, este projecto, coordenado pelo Professor Tito Trindade, no âmbito das actividades em Nanotecnologia definidas no laboratório associado CICECO da Universidade de Aveiro, pretendia fazer um conjunto de estudos de síntese e caracterização de nanoestruturas de natureza diversa para a separação e marcação de sistemas biológicos, em particular células.

Ao longo de três anos, a investigação, levada a cabo por investigadores e bolseiros do CICECO, da Unidade de Física de Semicondutores em Camadas, Optoelectrónica e Sistemas Desordenados da UA e do Centro de Neurociências e Biologia Celular de Coimbra, desenvolveu-se no sentido de avaliar nanopartículas funcionais para aplicações biomédicas, incidindo os estudos principalmente sobre aspectos fundamentais relacionados com a síntese química e a caracterização física de nanopartículas luminescentes/magnéticas.

Os resultados atingidos foram auspiciosos e neste momento, conforme explicou o Investigador, a equipa de investigação está em condições de seleccionar os sistemas que se revelaram mais promissores e pensar na sua funcionalidade, optimizando a síntese e realizando estudos de biofuncionalização, tendo em conta as aplicações previstas a longo prazo.

«As principais conclusões do nosso estudo prendem-se com a selecção dos sistemas para as aplicações em vista, tendo em conta, obviamente, a natureza química dos nanomateriais utilizados.

Neste momento, por exemplo, já será possível investigar em maior profundidade emulsões de base polimérica, o que vai ser bastante facilitado, dado o entusiasmo e competências existentes no Departamento de Química em tecnologia de polímeros». No entanto, acrescentou o professor, «os aspectos relacionados com a sua estabilidade coloidal e química, em meio fisiológico, revelaram-se igualmente determinantes no contexto deste projecto».

Apesar de inicialmente não ter sido desenvolvido com o intuito de aplicar imediatamente os conhecimentos adquiridos à prática, novas perspectivas se abriram ao longo dos três anos de investigação, sendo pretensão da equipa obter um sistema nanoestruturado que permita a separação e a marcação de biomoléculas ou células, para tempos de análise relativamente curtos. Este poderia ser explorado como uma alternativa em técnicas de diagnóstico clínico in vitro, na separação magnética de células e respectiva marcação por fotoluminescência.

Inicialmente financiado através do programa de apoio a projectos em Ciências e Tecnologias da Saúde da Universidade de Aveiro, o projecto, pretendendo alargar os seus horizontes, está a entrar numa nova fase. Esta nova etapa do projecto, que consistirá no desenvolvimento de um novo projecto de investigação, estará agora focada na funcionalidade dos sistemas que se revelaram mais promissores.

Nesse sentido, novas fontes de financiamento serão diligenciadas para que, segundo adiantou o Investigador «para além de testar o produto obtido numa fase posterior ao nível dos seus efeitos nas células, mesmo tratando-se de aplicações in vitro, se possa investigar ainda novas estratégias de síntese de nanomateriais bi-funcionais, isto é, simultaneamente magnéticos e luminescentes. Embora tratando-se de nanoestruturas raras, não deixam de evidenciar uma extrema utilidade em possíveis aplicações biomédicas».


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