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16-02-2024

Associação Académica da Universidade de Aveiro coloca condições para voltar ao diálogo com a Câmara de Aveiro.



A Associação Académica da Universidade de Aveiro responde ao comunicado da Câmara de Aveiro sobre as relações com a associação e confirma que há vontade de trabalhar em conjunto mas pede rigor à autarquia nas informações que passa sobre o histórico dessas relações.

E lamenta que um dia depois de uma reunião, a autarquia assuma em comunicado uma série de posições que em nada ajudam ao restabelecimento de relações de confiança.

“A direção da AAUAv não pode deixar de considerar como má-fé que, nem 24h depois de uma reunião promovida entre a CMA e a AAUAv no passado dia 8 de fevereiro onde, citando o próprio Ribau Esteves, “foi decidido colocar um ponto final nessa etapa de relacionamento mais difícil e dar início a uma nova etapa de relação institucional entre a CMA e a AAUAv, de cooperação ativa e intensa”, o mesmo Ribau Esteves tenha decidido publicar um comunicado recheado de informações que não correspondem à verdade”.

Com nova reunião agendada, os órgãos diretivos da AAUAV explicam que não vão sacrificar um acordo a qualquer preço nem aceitam que se as “verdades” sejam deturpadas.

“A direção da AAUAv informa que, apesar de ter agendada uma nova reunião com o Executivo Camarário para os próximos dias, um protocolo financeiro não vale mais que a imagem de uma instituição. Para nós, a colaboração institucional é de extrema relevância, mas deve assentar sempre numa relação de verdade e de princípios, que não pode assentar no levantamento de falsos testemunhos ou falhas na verdade”.

O clima de tensão parece atenuar-se mas mantém-se uma troca de palavras em torno do “deve e haver” entre as duas entidades.

A autarquia tinha respondido ao discurso do presidente da Associação Académica na tomada de posse com um comunicado datado de 9 de fevereiro, um dia depois de uma reunião entre Ribau Esteves e Wilson Carmo.

E nessa comunicação falou sobre a vontade de iniciar um novo ciclo colaborativo sem deixar de falar dos “passivos” entre as entidades.

Wilson Carmo reagiu com uma comunicação “em nome da verdade dos factos” e “em defesa de mais de 17 mil estudantes” para esclarecer que mantém as críticas à falta de apoio nos últimos 10 anos.

Analisa a década e perante a explicação do autarca para a impossibilidade de facultar apoio nos primeiros anos de mandato, questiona o que foi feito nos últimos 6 anos.

“22% do município são estudantes universitários, e a AAUAv é ao mesmo tempo a única Associação Académica do país que não recebeu qualquer apoio financeiro direto por parte do seu Município ao longo dos últimos 10 anos. É este o tratamento que tem uma comunidade estudantil que, só em habitação, no que diz respeito aos seus 10 mil estudantes deslocados (estudantes provenientes de zonas fora do distrito de Aveiro), deixa todos os anos, aos cidadãos deste Município, cerca de 38 milhões de euros. Isto, tendo em consideração o valor médio de 320€/quarto/mês em Aveiro, que consta no relatório do Observatório do Alojamento Estudantil. Será justo que, em contrapartida, o apoio financeiro a atividades promovidas pela mesma comunidade seja de 0€?” questiona a AAUAv.

No relatório, a associação analisa os prometidos encontros de contas e diz que há “dívidas” de parte a parte.

“No entanto, é omitido que a AAUAv sempre afirmou que honraria os seus compromissos no mesmo dia em que a CMA honrasse os seus, isto é, assim que a CMA pagasse os 12.000€ em dívida referente ao apoio às Fases Finais dos Campeonatos Nacionais Universitários de 2018”.

Outro dos temas de discórdia é a vida do terreno na Rua Manuel Firmino que a autarquia diz ter sido vendido sem uma palavra da associação para com o anterior proprietário que o teria doado.

A AAUAV esclarece que comprou o terreno à CMA por 25 mil contos (cerca de 125.000€), em 1999 com o objetivo da construção do Solar Académico.

Sem meios para concretizar a obra ou apoios autárquicos diz que o projeto morreu e a venda foi decidida no início de 2022, sob a presidência de António Alves, com a imposição contratual da obrigatoriedade do novo proprietário construir residências para estudantes.

“A verdade é que há uma enorme falta de camas para estudantes deslocados que escolhem o Município de Aveiro e a Universidade de Aveiro para estudar, sendo que a venda surge pela incapacidade financeira da AAUAv em construir residências universitárias, e a garantia de que um privado as irá executar”.

O único momento que merece a concordância é o distanciamento que se deu nas últimas cerimónias públicas.

“O que o presidente da CMA afirma, e desta vez a direção da AAUAv confirma, é que depois de mais uma vez não ter sido dado qualquer apoio financeiro a uma das raras competições internacionais desportivas realizadas na cidade de Aveiro ao longo dos últimos anos, a direção da AAUAv entendeu deixar de dar espaço e tempo para o presidente da CMA se dirigir à comunidade académica nos seus eventos e cerimónias. Não podemos compactuar com uma política pura de palco, quando nos confrontamos com múltiplos anos de várias reuniões promovidas entre AAUAv e CMA sem qualquer avanço em matéria de apoio financeiro”.

Sobre a melhoria da rede de transportes, os dirigentes da associação académica lamentam que não tenha havido disponibilidade para ouvir a associação num tema que afeta diretamente os estudantes.

 


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