A construção do Centro de Ciclismo Municipal de Anadia e Velódromo de Sangalhos vai ser uma realidade em meados do próximo ano, avançou o autarca Litério Marques, em conferência de imprensa de apresentação do projecto do Centro de Ciclismo Municipal - Velódromo de Sangalhos, que teve lugar~, no passado dia 17, no auditório do Museu do Vinho Bairrada, em Anadia.

Um evento que contou com a presença de Mário Moreira, presidente do Sangalhos Desporto Clube; Sérgio Aidos, presidente da Junta de Freguesia de Sangalhos e Júlio Dinis Saraiva, Associação de Ciclismo de Aveiro, entre outros.

Projecto ambicioso

Esta infra-estrutura, que ultrapassa os 2,5 milhões de euros (mais de 500 mil contos), englobará uma pista de ciclismo de 250 metros e um edifício de apoio que integra o Centro de Estágio, zona de restauração e bar, ginásios, health club com sauna e ginásios e amplas zonas de estacionamento.

A obra vai nascer no Paraimo, zona do Pedregal, junto à variante à EN 235, a cerca de um quilómetro da emblemática pista de ciclismo de Sangalhos que não foi possível recuperar.

“Escolhemos uma área em Sangalhos muito boa para a implantação deste equipamento, já que se trata de uma zona disponível exclusiva para equipamentos”, frisou o autarca acrescentando que “quem segue na variante não precisa de nenhuma sinalética. O equipamento define que estamos em Sangalhos pela sua grandiosidade e beleza”.

Um projecto ambicioso que poderá vir a integrar ainda um pólo desportivo, com piscina, campo de ténis e campo de futsal.

Arquitectura minimalista

Neste momento, o arquitecto, Rui Rosmaninho, o engenheiro, Carlos Cosme e desenhador, Miguel Semedo, todos da Câmara Municipal de Anadia, ultimam os projectos de especialidade, uma vez que o projecto de arquitectura já recebeu luz verde da Secretaria do Desporto e da Juventude.

Na cerimónia de apresentação deste projecto de âmbito nacional, que nascerá em pleno coração da Bairrada, Rui Rosmaninho deu a conhecer as principais áreas deste equipamento, realçando a entrada dos atletas para a pista por uma passagem subterrânea que dá acesso à cave que, para além de garagens, integra ainda uma oficina, lavandaria e quatro balneários para equipas, técnicos e juízes, gabinete médico e health club, sauna, e ginásios de musculação e de aquecimento. Neste mesmo piso inferior haverá um pátio interior ajardinado, com luz natural.

No piso térreo de acesso ao público integrará zona de restauração, cozinhas de apoio, bar e área administrativa. Neste piso, o arquitecto Rui Rosmaninho realçou o facto da zona de restauração ser autónoma, por forma a poder vir a ser explorada por outras entidade ou particulares, funcionando como uma fonte de receitas para o complexo.

A pista de ciclismo que será descoberta, ficará ainda dotada de uma estrutura que permita, no futuro, a sua cobertura, possuindo ainda uma bancada com dois degraus em todo o perímetro da pista.

Quanto ao Centro de Estágios, propriamente dito, ficará localizado no piso superior e integrará 16 quartos duplos e duas salas de apoio (gabinete médico e sala de apoio).

A linha arquitectónica seguida é a que caracteriza todos os projectos de Rui Rosmaninho “linhas simples e direitas que caracterizam a nova arquitectura portuguesa”.

Primeiro complexo desta dimensão a nível nacional

Tratando-se do primeiro complexo desta dimensão a nível nacional, é certa, a ida, na próxima semana, de arquitectos e engenheiros da autarquia anadiense e técnicos da Federação Nacional de Ciclismo à Suiça, onde terão contacto directo com um equipamento semelhante, por forma a ultimar pequenas correcções ao projecto para Sangalhos.

“Vamos falar com um arquitecto inglês que já projectou mais de cem pistas de ciclismo”, referiu Rui Rosmaninho, ciente de que, em Portugal, não existe qualquer organismo ou entidade com esta tamanha experiência e conhecimentos neste tipo de equipamentos.

Para Litério Marques um equipamento que “trará animação” para a freguesia de Sangalhos, “há muitas décadas uma referência no ciclismo nacional e no sector das duas rodas”, sendo esta, também mais uma obra “a acrescentar a muitas outras já realizadas no caminho da modernidade”, destacando ainda que “para já vai responder às aspirações de uma grande terra”, fazendo também a Câmara Municipal “justiça a todos aqueles que se empenharam no desenvolvimento do ciclismo”.

Com este complexo, a autarquia anadiense quer “responder às necessidades oficiais portuguesas e da União Ciclista Internacional”, sendo este equipamento “uma obra de referência para toda a região centro e para o país, valorizando a freguesia, proporcionando maior dinamismo e desenvolvimento para o concelho”.

O Centro de Ciclismo e Velódromo deverá ser financiado por fundos comunitários - 4º Quadro Comunitário de Apoio - sendo o resultado de uma candidatura que a autarquia anadiense está a trabalhar há mais de um ano.

A comparticipação que deverá oscilar entre os 65 e 75%, teve já o compromisso do secretário de Estado do Desporto que, segundo Litério Marques “está muito empenhado na realização desta obra, que será o mais bem equipado Centro de Estágio para Ciclismo do país”.

Para já, sabe-se que vai avançar, ainda este ano, a preparação dos terrenos para a construção da piscina descoberta, estando já incluída dotação para ela no orçamento da Câmara Municipal para 2007.

Inauguração, talvez em 2008

Quanto à conclusão da obra o autarca avança como data provável o ano de 2008, mas tudo depende dos apoios e financiamentos.

Para o autarca, uma coisa é certa: “com ou sem ajuda”, a obra vai avançar. Também não será nenhum “elefante branco” já que este equipamento terá de ser rentabilizado ao máximo, prevendo-se que esteja cheio o ano inteiro, “vai ser pequena para as solicitações” com muitas equipas nacionais e estrangeiras e treinar e estagiar em Sangalhos.

Embora a gestão desta infra-estutura permaneça ainda uma incógnita, Litério Marques avançou ser “alérgico a empresas municipais”, prevendo-se uma gestão própria ou protocolada com entidades ligadas ao ciclismo.

Quanto à velhinha e degradada Pista de Ciclismo de Sangalhos, será ainda objecto de conversações entre a Câmara Municipal e o Sangalhos DC, por forma a estudar a melhor forma de rentabilizar aquele espaço.

Catarina Cerca
catarina@jb.pt