Segundo a reitora da Universidade de Aveiro, Helena Nazaré, a actual avaliação internacional, cujo custo não será suportado pelo Ministério da Ciência e Ensino Superior, é justificada pelo facto de a última ter decorrido em 1996, sendo necessária a sua actualização.

"Mesmo não tendo sido seleccionados pelo Ministério, no âmbito do processo de avaliação nacional, entendemos que necessitamos de uma visão externa, decorridos que são dez anos sobre a última avaliação, feita em 1996 pelo então Conselho de Reitores Europeus", disse Helena Nazaré à Agência Lusa.

Uma equipa de avaliadores da Associação das Universidades Europeias (EUA) permaneceu esta semana em Aveiro para dar seguimento ao processo de avaliação institucional solicitado àquela entidade pela Universidade, mediante proposta da reitora, aprovada pelo senado universitário.

Da agenda dos avaliadores constaram encontros com a Reitoria, com a comissão de auto-avaliação, com professores e alunos e também com elementos externos, nomeadamente empresários, autarcas e outros parceiros.

Nas visitas da equipa de avaliação figuraram o Departamento de Electrónica, Telecomunicações e Informática e o Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial, a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda e ainda o Laboratório Associado CICECO.

A representação da EUA, que deverá regressar a Aveiro dentro de dois meses, para elaborar o relatório final de avaliação, é formada pelos professores Luc Weber (antigo Reitor da Universidade de Genève, Suiça), Eric Froment (antigo Reitor da Universidade Lumière - Lyon 2, França) e Carles Solá (antigo Reitor da Universidade Autónoma de Barcelona, Espanha), integrando ainda Katja Kamsek, representante da "The National Unions of Students in Europe" (ESIB) e Andrée Sursock, secretária executiva da associação.

De acordo com a Universidade de Aveiro, a avaliação tem como objectivo "contribuir para a melhoria contínua da qualidade da acção da Universidade, reforçando, ao mesmo tempo, a capacidade de planeamento estratégico".

Precedendo a deslocação dos avaliadores foi elaborado um relatório de auto-avaliação, que contou com o envolvimento de professores, alunos, funcionários e antigos alunos da Universidade.

Segundo disse à Lusa Helena Nazaré, o relatório de auto- avaliação indica como pontos fortes a qualidade da investigação, o perfil de formação oferecido, a boa reputação interna e externa, a dimensão adequada e a facilidade de comunicação interna, entre outros aspectos.

O tempo excessivo de graduação dos estudantes, ou seja, o insucesso escolar, a fragmentação dos mecanismos de controlo de qualidade e a excessiva dependência do Estado no que respeita ao financiamento, foram pontos fracos reconhecidos pela própria instituição.