Águeda volta a receber este fim-de- semana os melhores pilotos mundiais de motocrosse, durante o Grande Prémio (GP) de Portugal, terceira prova do campeonato do Mundo da especialidade, que se disputa no selectivo crossódromo internacional do Casarão. A prova tem vivido à sombra do GP de Portugal, pontuável para o Mundial de motociclismo de velocidade, mas poderá proporcionar aos espectadores que habitualmente enchem o recinto algo a que nunca se assistiu no autódromo no Estoril: um piloto português no pódio. Rui Gonçalves compete aos comandos de uma KTM na categoria MX2 e pode reescrever a história em Águeda, depois de já ter obtido a melhor classificação de um piloto luso em provas do Mundial (quarto lugar, em três ocasiões) e no final do campeonato (sétimo, em 2006). Apesar dos feitos, o jovem "motard", de 21 anos, nunca subiu ao pódio, mas esteve muito perto de concretizar o sonho em 2006, precisamente no GP de Portugal, que chegou a liderar, mas abandonou devido a um problema mecânico, quando seguia no terceiro posto. "Não é todos os dias que se lidera um Grande Prémio em casa. Gostava de repetir a 'dose', mas não será fácil, até porque me falta ritmo. No entanto, sinto-me bem e, mesmo sabendo que dificilmente ganharei, vou aplicar-me ao máximo", assegurou Rui Gonçalves, "residente" no Mundial desde 2002. As expectativas de Rui Gonçalves de terminar a época entre os cinco melhores sofreram um revés no início do ano, quando fracturou a clavícula, falhando a primeira prova do ano e terminando em 19º e 20º na segunda, ainda assim o suficiente para somar os primeiros pontos. O italiano Antonio Cairoli (Yamaha) assume-se como o principal favorito, após as duas vitórias na prova de abertura, na Holanda, e em mais uma manga, em Espanha, mas o francês Chritophe Pourcel (Kawasaki) também não facilitará na luta pela revalidação do título de MX2. Se Rui Gonçalves é a grande esperança lusa, o público presente em Águeda pode aplaudir mais quatro pilotos da casa, convidados pela organização: Hugo Santos, tetracampeão nacional, e Henrique Venda, em MX1, e Sandro Marcos e Paulo Alberto, de apenas 17 anos, em MX2. Apesar das expectativas lusas na classe inferior, as duas corridas mais aguardadas disputam-se na categoria MX1, na qual há um forte candidato à sucessão do belga Stefan Everts, que abandonou a competição em 2006, após ter conquistado 10 títulos mundiais. O neo-zelandês Joshua Coppins (Yamaha) tem dominado a classe rainha, ao ganhar três das quatro mangas dos GP disputados esta época (uma na Holanda e duas em Espanha), liderando o campeonato com 19 pontos de vantagem sobre o belga Kevin Strijbos (Suzuki). A superioridade demonstrada por Coppins (terminou no segundo lugar a outra manga da prova holandesa), torna-o o mais credível pretendente ao trono de Everts, vencedor em Águeda últimos três anos, desde que a prova regressou ao calendário do Mundial, em 2004. O GP Portugal, terceira das 15 provas do campeonato do Mundo de motocrosse, disputa-se desde 1985 em Águeda - a capital da modalidade -, mas de forma intermitente, completando este fim-de- semana no crossódromo do Casarão apenas a 12ª edição. Sábado realizam-se treinos livres e de qualificação, estando marcadas para domingo as corridas/mangas, duas na classe MX1 (motos de 250 cc, a dois tempos, e 450 cc, a quatro tempos) e outras tantas em MX2 (motos de 125 cc, a dois tempos, e 250 cc, a quatro tempos). Programa do Grande Prémio de Portugal de motocrosse, terceira prova do Campeonato do Mundo, que se disputa este fim-de-semana no crossódromo internacional do Casarão, em Águeda: - Sábado (21 Abr): 10:00 - Sessão de treinos livres. 15:00 - Sessão de qualificação. - Domingo (22 Abr): 09:00 - "Warm up". 12:05 - Início das corridas (duas mangas nas categorias MX1 e MX2). |