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30-06-2007

O anúncio foi feito pelo novo presidente da ADERAV


Aveiro - Associação de Defesa do Património lança apelo à salvaguarda de monumento

A nova direcção da Associação de Defesa do Património da Região de Aveiro (ADERAV), empossada sexta-feira, vai lançar uma campanha para a recuperação das igrejas geminadas de São Francisco e Santo António, classificadas como património nacional.

O anúncio foi feito pelo novo presidente da ADERAV, Luís Souto, durante o acto de posse que decorreu naquele conjunto, como forma de chamar a atenção para a sua degradação.

"Estamos no espaço de um monumento nacional. A exemplo de outros, o Estado apoderando-se de bens alheios, resolveu começar por adulterar por completo as suas funções iniciais, posteriormente amputou e finalmente alheia-se do destino do que resta", comentou o presidente da ADERAV.

Segundo Luís Souto, "o Estado, mesmo que hoje não seja proprietário das igrejas, tem responsabilidades na salvaguarda de um monumento que considera como digno da classificação de monumento nacional".

Luís Souto recordou que, aquando da instalação em Aveiro da Polícia Judiciária no antigo convento, a associação tomou posição contrária e depois propôs uma alteração ao projecto de forma a, pelo menos, permitir que o claustro ficasse integrado no complexo das duas igrejas, não tendo sido atendida.

"Talvez pela simplicidade da sua frontaria franciscana, que esconde autênticos tesouros como a sacristia da Igreja de Santo António, os retábulos e os imponentes painéis de azulejos, este conjunto tem ficado esquecido, pese embora a sua classificação como monumento nacional a partir de 1997 e zona de protecção em 2002, acto avisado, certamente prevendo ameaças e apetites construtivos iminentes", comentou, aludindo a uma proposta para uma unidade hoteleira em espaço contíguo.

O conjunto pertence à Ordem Terceira de S. Francisco, que não tem recursos para o reabilitar e vem sendo utilizado como capela funerária, o que, na opinião do presidente da ADERAV, "em nada beneficia o monumento, antes afasta a sua apreciação e valorização".

Defende por isso o aproveitamento para "um museu de arte sacra que Aveiro não tem" e a concertação de esforços para a "tarefa hercúlea de recuperação, que ultrapassa completamente as limitações da entidade que detém a propriedade".

Pela sua parte, a nova direcção da ADERAV propõe-se "despertar as consciências de todos os que hoje têm responsabilidades", sensibilizar os cidadãos para a defesa do monumento e ajudar na procura de soluções.

Além de Luís Souto, integram a direcção da ADERAV Oliveira Cardoso, Paulo Morgado, Ana Leite, João Paulo Baeta, Fátima Alves e Patrícia Sarrico.

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