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04-07-2007

Comandante considerou a situação insólita


Aveiro - Desentendimento obrigou sinistrados a mudar de ambulância

Cinco feridos de um despiste na A25, no nó das Talhadas, estiveram ontem cerca de uma hora no local do acidente e foram mudados de ambulâncias, devido a um desentendimento sobre quem os devia transportar, revelaram fontes dos bombeiros.

Segundo disseram aquelas fontes à Agência Lusa, o acidente ocorreu cerca das 11:30, junto ao nó das Talhadas e a primeira ambulância a chegar foi uma viatura de cuidados intensivos dos Bombeiros de Albergaria-a-Velha, accionada pelo Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Aveiro.

Os feridos deviam ser transportados para o Hospital de Aveiro, conforme indicação dada pela equipa médica da viatura de emergência, enviada por aquele Hospital, mas o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), que atende as chamadas do 112 a partir de Coimbra, terá entendido que deveriam ser os Bombeiros de Sever do Vouga a ir ao acidente, que havia accionado, de acordo com um "plano de intervenção" do CDOS.

A deslocação de Albergaria-a-Velha ao nó das Talhadas é feita por auto-estrada (A25), enquanto de Sever do Vouga ao local é por uma estrada sinuosa de serra, pelo que foram os bombeiros de Albergaria os primeiros a chegar.

Apesar disso, a saída da ambulância enviada pelo CDOS não foi validada pelo CODU, pelo que os Bombeiros de Albergaria-a-Velha regressaram com a viatura ao quartel.

Os feridos foram então retirados das macas da ambulância de Albergaria-a-Velha e transferidos para as ambulâncias de Sever do Vouga e só ao fim de uma hora seguiram para o Hospital de Aveiro.

Contactado pela Lusa, o comandante dos Bombeiros de Albergaria-a-Velha, António Bismark, confirmou a situação, considerando-a "insólita" e de "falta de bom senso", questionando ainda de quem seria a responsabilidade, caso a ambulância da corporação tivesse sofrido um acidente, quando houve uma entidade que a solicitou.

"É insólito. O médico de Coimbra não abdicou da sua posição, numa guerra de quintinhas, em que os prejudicados são os que precisam de socorro. É retroceder no tempo vinte anos e isto de andar a mudar os doentes de umas ambulâncias para as outras por motivos desses nem na Turquia se aceita", comentou à Lusa António Bismark.

Pedro Coelho dos Santos, do INEM, confirmou à Lusa a situação, esclarecendo que foi feito um pedido de intervenção ao CDOS de Viseu, pela AENOR, concessionária da A25, que esclareceu ser com o CDOS de Aveiro e, em simultâneo, entrou em contacto com o CODU.

Este accionou os Bombeiros de Sever do Vouga, enquanto o CDOS de Aveiro accionou os Bombeiros de Albergaria-a-Velha.

Segundo o porta-voz do INEM, a transferência dos doentes entre ambulâncias deveu-se "à recusa dos Bombeiros de Albergaria-a-Velha em fazer o transporte sem a saída estar oficializada, com a atribuição do número de ficha correspondente".

"Era uma questão que seria resolvida facilmente depois, mesmo que não tivessem sido chamados, como eles estiveram no local", disse à Lusa Pedro Coelho dos Santos.

Contactado pela Lusa, o CDOS de Aveiro limitou-se a confirmar a ocorrência do acidente e a comparência no local de ambulâncias dos Bombeiros de Albergaria-a-Velha e de Sever do Vouga.

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