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21-11-2007

Arguido acusado de ter matado o cunhado afirma estar inocente


Oiã - Nega ter matado o cunhado

Um agricultor, de 60 anos, residente em Oiã, negou, na última quinta-feira, perante o colectivo de juízes do Tribunal de Oliveira do Bairro, ter matado o seu cunhado.

Acusado pelo Ministério Público da autoria material e na forma consumada de um crime de homicídio, ocorrido entre o dia 18 e 21 de Setembro de 2006, em Oiã, Alberto Santos Novo, de 60 anos, disse desconhecer quem foi o autor da morte do seu cunhado, assim com referiu ainda que a acusação proferida pelo Ministério Público "é falsa no seu conteúdo".

"Não fui eu, nem sei quem matou. Não tenho nada com isso. Sei que a pessoa morreu e dizem que foi com um projéctil de uma arma".

Segundo a acusação, o arguido terá matado o seu cunhado em data não apurada, mas que o Ministério Público acredita ter acontecido entre o dia 18 e 21 Setembro de 2006. O crime terá sido desencadeado devido a desentendimentos relativos à titularidade de um terreno de cultivo, localizado no lugar das Marinhas.

O arguido terá utilizado uma arma de calibre 12 mm que foi encontrada pela PJ no interior da residência.

Perante o exame pericial que confirma fortes probabilidades da arma usada no crime ser pertença do arguido, este garantiu que não tem nenhuma explicação para o relatório de balística, até porque garantiu que sua arma "nunca saiu de casa".

"Armas iguais à minha existem milhares, assim como cartuchos", respondeu o arguido ao presidente do colectivo, reforçando que "a sua arma nunca saiu da adega onde estava guardada".

Testemunhou ainda que em casa tinha várias qualidades de cartuchos de vários calibres.

Alberto Novo confirmou os desentendimentos que mantinha com o seu cunhado, no entanto, esclareceu que já estavam praticamente resolvidos .

O arguido, ao longo da primeira sessão do julgamento, soube confirmar, com extrema exactidão, o que fizera nos dias que antecederam a descoberta do corpo, explicando em detalhe que fez uns biscates nesses dias até às 19.10 horas e que depois foi para casa de onde não saiu.

Apesar do relatório da autópsia não revelar a data em que Amílcar da Silva Campos foi assassinado, o inspector Chefe da Polícia Judiciária, António Medina, explicou que a mesma terá ocorrido ao final do dia 19 de Setembro, mas que o corpo só foi descoberto no dia 21.

Este responsável confirmou ainda a existência de uma pessoa que ouviu o disparo de um tiro

O inspector da PJ sublinhou ainda que "que o grau de probabilidade da arma utilizada ser pertença do arguido é extremamente elevado".

Amílcar Campos era conhecido no meio policial pelo excessivo número de queixas que apresentava contra familiares e outras pessoas, assim como pelo facto da sua casa ostentar vários cartazes onde acusava familiares de terem utilizado "escrituras por usucapião" para tentarem "roubar-lhe a casa".

Caixa

O arguido permanece na sua habitação, sujeito a vigilância electrónica, e nas imediações ninguém quer comentar o caso. No entanto, há quem acredite que "o homem vai sair inocente do julgamento", mas "o melhor mesmo é permanecermos calados", disse ao Jornal da Bairrada um habitante de Oiã.

A vítima, Amílcar da Silva Campos, tinha 57 anos. Divorciado há quatro anos, foi emigrante durante vários anos no Canadá, onde deixou os filhos e a esposa.

Em Portugal era condutor de uma empresa de entregas rápidas, e na altura do crime estava desempregado.

Amílcar Campos - segundo o que a PJ apurou - não era uma pessoa afável e bem vista na população. Tinha um feitio difícil.


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