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19-12-2007

O direito à Saúde está consagrado constitucionalmente


Anadia - Providência cautelar evita fecho de urgências

A autarquia anadiense, liderada pelo autarca, Litério Marques, vai avançar com uma providência cautelar contra o encerramento do serviço de Urgências do Hospital de Anadia.

Essa indicação foi deixada pelo próprio autarca durante a sessão extraordinária da Assembleia Municipal, que decorreu, no último sábado, no Pavilhão dos Desportos. Uma sessão que contou com a presença de aproximadamente um milhar de pessoas dispostas a continuar a luta contra o encerramento daquele serviço, marcado para o próximo dia 2 de Janeiro, data em que no local começara a funcionar uma consulta aberta - do Centro de Saúde-, entre as 8 e as 24 horas.

"Estamos dispostos a apresentar uma providência cautelar para impedir o encerramento do serviço de Urgências do nosso hospital", disse Litério Marques acrescentando que "tudo faremos para travar ou atrasar o funeral do Hospital", durante as várias intervenções que serviram para elucidar a vasta plateia do desenrolar de todo este processo que se arrasta há já um ano.

A assembleia municipal acabaria por aprovar, com 32 votos a favor e uma abstenção (CDU), a contra-proposta (de alteração) ao Protocolo que a Administração Regional de Saúde (ARS-Centro) pretendia assinar com a Câmara Municipal de Anadia, tendo recusado a proposta, inicialmente apresentada por aquele organismo.

O edil anadiense seria convidado, por vários deputados, que usaram da palavra, assim como pelo presidente da AM, a "manter-se inflexível e firme na defesa da Saúde, das populações", até porque, como frisou José Manuel Ribeiro, "o direito à Saúde está consagrado constitucionalmente".

Porta-voz. "Seja o porta-voz da resistência, do sentir e da revolta das nossas gentes", exortara o presidente da AM, concluindo que "o senhor terá todo o nosso apoio nas batalhas que vai ter pela frente em defesa dos direitos dos anadienses".

Mesmo assim, o autarca acredita que existe ainda a possibilidade do ministro da Saúde Correia de Campos recuar: "ele tem para mim uma mensagem interessante que não será, por certo, o encerramento", sublinhou, fazendo referência a um contacto telefónico, realizado pelo gabinete do ministro nos últimos dias mas que Litério Marques não conseguiu atender devido a uma ida ao Tribunal: "o ministro disse que telefonava mais tarde, mas ainda não o fez. Estou a aguardar". Durante a AM apenas o deputado António Cavadas, do CDS/PP, se mostrou em acordo com as alterações que o Ministério da Saúde pretende introduzir, acabando por ser assobiado pelo público presente.

Catarina Cerca

catarina@jb.pt


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