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20-02-2008

As investidas a rebanhos começaram no Verão de 2007


Anadia - Cães deixam população em alvoroço

Dezenas de animais mortos e avultados prejuízos são o resultado mais visível dos ataques, alegadamente cometidos por cães vadios, em várias freguesias de Anadia, nomeadamente Óis do Bairro, Paredes do Bairro, Ancas e Sangalhos (lugar da Fogueira), deixando as populações inquietas e revoltadas.

As investidas a rebanhos começaram no Verão de 2007, em Óis do Bairro. A primeira vítima foi Henrique Lameirinhas, presidente da Junta local. As três ovelhas e o carneiro que possuía não sobreviveram: "foi uma chacina. Mataram logo três e uma quarta não resistiu aos ferimentos".

Passado pouco tempo, outro criador da freguesia, Manuel Joaquim Coelho, também viu morrerem, de uma primeira vez, três ovelhas, numa segunda, há cerca de um mês, mais quatro ovinos. Em Óis, o ataque mais recente foi há duas semanas. Outro criador assistiu impotente à matança das cinco ovelhas que tinha. Apesar de todos os rebanhos estarem em locais vedados, próximos ou contíguos a habitações, ninguém consegue pôr cobro à situação.

Em Ancas, o ataque que JB conhece aconteceu na noite de S.Martinho, em 2007. As duas ovelhas e o carneiro que Maria Cremilde Alves e Celso Seabra criavam não foram poupados. "Foi um choque, até porque as ovelhas iam parir por aqueles dias. Um grande prejuízo, para além de uma grande tristeza", recorda Maria Cremilde Alves, alertando que se tratavam de dois cães grandes, que "devem ter furado a rede da vedação". "Não imagina o que senti quando vi o carneiro dependurado na rede e as ovelhas em agonia, pois ainda não estavam mortas".

Na Fogueira, freguesia de Sangalhos, em casa de Maria do Céu Maia, que reside na Póvoa do Mato, o ataque, no dia 4 de Dezembro, fez-se a dez ovelhas, das quais três morreram, ficando as outras feridas. "Supomos que tenham sido cães abandonados".

Solução. O veterinário da autarquia anadiense, Carlos Gonçalves, defende que as investidas são feitas de madrugada, por cães de grande porte, que atacam ovelhas por serem os animais "mais desprotegidos". "É uma questão de sobrevivência", reconhece, não se admirando que estes cães façam quilómetros em busca de alimento. Como solução, só a captura ou o abate (dada a agressividade dos animais) o que já esteve perto de acontecer: "sei que os animais foram avistados e encurralados pela GNR em Paredes do Bairro, só que fugiram".

O médico-veterinário recomenda aos criadores do concelho que, no período nocturno, tenham cuidado e recolham o gado para um abrigo seguro.

Catarina Cerca

catarina@jb.pt


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