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21-05-2008

Saldou-se por um êxito comercial inegável


Editorial - A viagem de José Sócrates à Venezuela

A viagem de José Sócrates à Venezuela saldou-se por um êxito comercial inegável e por uma polémica desnecessária.

Os acordos comerciais alcançados com o governo Venezuelano e visita às comunidades portuguesas emigradas, nomeadamente a emocionante jornada no Centro Português de Caracas (CPC), onde 1500 pessoas receberam comovidas a delegação, foram o mais importante da digressão sul-americana do Primeiro Ministro (PM). Descontando o folclore mediático popular de esquerda que caracteriza o personagem Chavez e que pensa ser o sucedâneo do ditador cubano, Sócrates obteve um êxito negado a outros políticos europeus.

No CPC, Sócrates disse: "Nada nos faz sentir mais portugueses do que estar no Centro Português da Venezuela", o que atesta bem o ambiente de autenticidade em que deve ter mergulhado, bem diferente daquele que muitas vezes os nacionais residentes sentem o próprio País.

Dos acordos celebrados e dos negócios estabelecidos pelos os empresários portugueses que acompanharam o PM, ressalta a promessa de que o petróleo exportado seria caução das nossas remessas. Sugiro aos nossos empresários que tenham cuidado, pois quem vai pagar as vossas exportações é, no fundo, o nosso governo, e a experiência diz-nos que falam bem mas pagam muito tardiamente.

A polémica desnecessária foi a história das fumaças que o nosso PM deu no interior do avião que o levou à Venezuela. É inegável que é uma história jornalística, mas cuja oportunidade de lançamento nos média manchou a visita e irritou a comunidade portuguesa na Venezuela, cuja festa foi esquecida por esta polémica estúpida. O PM deveria ter mais cuidado a escolher os seus assessores e saber que é realmente proibido fumar nos aviões. A forma como saiu da questão foi ainda mais ridícula. Pediu desculpa e prometeu deixar de fumar.

Pouco me interessa se vai ou não deixar de fumar. Quanto a pedir desculpa de um erro, parece sensato, mas já viram se agora o PM começa a pedir desculpa de ter aumentado os impostos, de ter mentido sobre o referendo do tratado da UE, etc... Como diz o Povo, as desculpas evitam-se e as promessas cumprem-se.

António Granjeia*
*Director do Jornal da Bairrada


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