Um homem, de 24 anos, marroquino, confessou, na quinta-feira, na íntegra e sem reservas, que traficou 30 quilos de haxixe e que se despistou de carro na A1, alcoolizado, na zona de Águas Boas. Contou que aceitou o transporte da droga para ganhar dinheiro de forma a ajudar os seus seis irmãos e o pai.

Younes Khraibech, natural de El Brouj, Marrocos, assumiu, que no dia 1 de Janeiro de 2007, transportava um pacote (tablete) com 97 gramas de haxixe e ainda um fardo de 30 quilos de haxixe, e que se despistou, em estado de embriaguez, pelas 23h30, na A1, na zona de Águas Boas, Oliveira do Bairro.

Confissão. O arguido confessou, perante o colectivo de juízes, que fora contratado por um cidadão também marroquino para transportar os 30 quilos de haxixe, desde Faro até ao Porto. "Naquele dia estava muito nervoso e resolvi beber muito para acalmar. Tenho a consciência de que não o devia ter feito", afirmou Younes Khraibech.

O jovem disse ainda, auxiliado por um interprete, que, logo após o acidente e a cerca de 300 metros, retirou a embalagem de haxixe e colocou-a num talude em terra, anexo à A1, com o objectivo de a recolher mais tarde, dirigindo-se, de seguida, para a área de repouso de Oiã com medo da polícia.

Younes afirmou que sabia o que transportava, no entanto, clarificou que os vários telemóveis apreendidos e a agenda com diversos contactos telefónicos eram do dono do carro e da mercadoria que transportava.

Na hora das alegações, o Procurador da República considerou relevante a confissão do arguido, destacando, no entanto, a gravidade do crime, pelo que o colectivo deve definir a pena a ser aplicada.

Para a defesa, o comportamento em tribunal do jovem deve beneficiar de atenuantes, até por não se enquadrar nos "meandros do tráfico e da droga em causa", sugerindo uma pena não superior a 5 anos de prisão com aplicação suspensa.

Pedro Fontes da Costa

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