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19-11-2008

Governante considera urgente a concentração das adegas cooperativas


Futuro do sector passa pela fusão das adegas

"Reestruturar, promover e redimensionar" são as palavras de ordem para um sector que atravessa uma grave crise no país.

Estas foram as indicações deixadas no último sábado, pelo secretário de Estado Adjunto da Agricultura e Pescas, Luís Vieira, no encerramento do XV Encontro Anual "O dia do associado", na Adega Cooperativa de Cantanhede.

Reestruturar. Para Luís Vieira, a fusão das cooperativas é a única forma de salvar estar organizações. Por isso, considerou urgente "concentrar as adegas cooperativas e reduzir custos operacionais".

Segundo o governante, "não há tempo a perder. É preciso redimensionar o sector", sublinhando ainda que "este caminho faz-se caminhando e com aqueles que querem caminhar". Para tal "as organizações têm que se unificar, até porque só o esforço dessa união permite a redução de custos operacionais", acrescentou.

"Vamos concentrar as cooperativas para quê?", questionou, sublinhando que as adegas cooperativas têm que competir num mercado global. Mas, para tal, é preciso controlar e reduzir custos, dando o exemplo do sector leiteiro que, em Portugal, se uniu transformando-se no maior grupo agro-industrial do país.

Perante uma atenta plateia, realçaria que é preciso apostar nas denominações de origem, nas denominações de castas e nas indicações geográficas que trazem valor acrescentado ao produto.

A seu ver, as cooperativas têm que apostar em três vertentes estratégicas: reestruturação da vinha, promoção e redimensionamento do sector.

E, sendo o sector vitivinícola um dos que mais prémios ganha internacionalmente, há que apostar numa agricultura portuguesa mais moderna e competitiva, já que este é um sector de excelência, que tem ganho quota de exportação.

Mas, para isso, é preciso mostrar iniciativa, dinâmica e ambição, até porque, como salientou, "somos capazes de fazer igual ou melhor que os outros países".

Em Cantanhede, Luís Vieira desafiaria ainda os agentes ligados ao sector a "mostrar iniciativa e dinâmica para que este ande para a frente". E, sendo o sector vitivinícola um dos que tem futuro e pode trazer riqueza e rendimento aos agricultores, apelou à necessidade de apostar na melhoria da qualidade dos vinhos para a sua internacionalização. "Portugal deve afirmar-se lá fora pela diferença. Temos de trabalhar vinhos por forma a que lá fora estejam à altura do perfil que o mercado internacional quer e exige", defendeu.

Posição contrária. Opinião diferente tem o presidente da direcção da Adega de Cantanhede. José Carlos Salgueiro é contra as fusões, admitindo, contudo, ser necessário e urgente mexer no modelo de cooperativismo "que está completamente ultrapassado" e que "tem de ser reajustado".

"Vejam quanto sócios estão aqui hoje. Muitos só virão na hora do almoço, o que mostra que estão completamente divorciados do cooperativismo", desabafou.

A seu ver, é necessário aproveitar o novo Quadro Comunitário e o Programa Vitis, por forma a fazer parcerias estratégicas, envolvendo autarquias, cooperativas, particulares e empresa. "Única forma de fazer frente aos mercados globais", concluiu.

Autarquia atenta. Já o autarca João Moura reiterou a total disponibilidade da autarquia para colaborar com as entidades competentes, agentes económicos e agricultores e suas associações, no sentido de serem intensificadas as iniciativas que revertam no aumento da competitividade dos sectores agrícolas do concelho, deixando a indicação de que a Câmara está atenta e acompanha de perto a situação da agricultura no concelho, sendo ainda a nível autárquico pioneira na promoção de projectos e iniciativas com potencial para contribuírem para o aumento do rendimento da agricultura em certas áreas de actividade.

Catarina Cerca

catarina@jb.pt


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