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19-11-2008

População receia pela sua saúde e vai pedir a alteração do trajecto junto da EDP


Ponte de Vagos contesta alta tensão

O direito à contestação surgiu, por parte de populares, em Ponte de Vagos, onde está prevista a passagem da rede de alta tensão junto a um núcleo habitacional daquela freguesia. O alerta foi dado depois do presidente da Junta, Silvério Rua, ter sido avisado da existência de um estaleiro, colocado por parte da empresa contratada pela EDP.

Apanhada de surpresa, a população, que receia pelos danos que a implementação da rede possa vir a causar, nem quer ouvir falar do assunto. E já fez saber que vai contestar a medida.

Ex-emigrante, Adérito Albino encabeça o processo de contestação, tendo declarado que a população de Ponte de Vagos "receia pela sua saúde" e vai, obviamente, pedir a alteração do traçado junto da EDP. Até porque, acrescentou, há também a possibilidade dos bens imóveis poderem vir a ser desvalorizados.

Irreversível, o processo começou com um abaixo-assinado, junto da população. Mas Adérito Albino já admitiu que, se for necessário, será lançada uma providência cautelar, para forçar a EDP a "enterrar os cabos", como sucedeu noutras localidades do país "onde foram detectados problemas".

A Junta de Freguesia está solidária com a população. Preocupado, Silvério Rua decidiu "pôr a Câmara ao barulho", que por sua vez também desconhecia a situação. Foi pedida a intervenção do Executivo de Rui Cruz que, em contacto com a EDP, soube que o processo estaria de momento em consulta pública.

Segundo o vice-presidente da Câmara, os mapas fornecidos por aquela empresa não permitem saber, com rigor, onde vão ser instaladas as linhas, o que pode gerar alguma confusão entre a população. Há, no entanto, a certeza de que, em Ponte de Vagos, "os cabos de alta tensão não passam por cima de nenhuma moradia".

Linha devidamente licenciada. Refira-se que o projecto, englobando os municípios de Mira, Oliveira do Bairro e Vagos, é da responsabilidade da EDP - Energias de Portugal, e que os postes vão ser colocados ao longo da A17, na área de protecção. No caso de Vagos, atravessa as freguesias de Ouca, Santa Catarina, Ponte de Vagos, Calvão e Fonte de Angeão.

Trata-se de uma linha de distribuição, destinada a reforçar a qualidade do serviço prestado à população, não estando prevista, para já, qualquer alteração do traçado. De acordo com Maria Antónia Fonseca, do Gabinete de Comunicação da EDP, a referida linha está "devidamente licenciada" pelo Ministério da Economia, e como tal "dentro das condições exigidas pela Lei". Ainda segundo aquela responsável, foi garantido que, "como não se trata de uma linha de transporte, a tensão não é tão elevada como a das linhas da Rede Eléctrica Nacional".

Eduardo Jaques


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