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31-12-2008

Para a Oposição o OPA não merece grande credibilidade


Anadia - Aprovado Orçamento de continuidade para 2009

Com os votos contra da bancada socialista, o Orçamento e Plano de Actividades (OPA) para 2009 do município de Anadia foram aprovados por maioria, na última Assembleia Municipal, realizada no passado dia 29 de Dezembro.

Um orçamento de 28 milhões de euros, aprovado com 27 votos a favor, da bancada "laranja", cinco votos contra do PS e três abstenções, nomeadamente dos deputados João Morais do PCP, António Cavadas do CDS/PP e de José Maria Ribeiro, autarca de Mogofores.

Caberia ao autarca Litério Marques justificar os números dos documentos apresentados. Começando por sublinhar o quão difícil é falar de um documento tão vasto, destacaria que o orçamento para 2009 vem no seguimento do documento do ano anterior, que o terá deixado trabalhar, avançar e fazer obra. Por isso, a única coisa que deseja é que o Orçamento para o próximo ano siga esta linha, uma vez que a autarquia tem obras programadas, algumas com financiamento aprovado ou em vias de aprovação que, somadas, totalizam 28 milhões de euros.

Orçamento realista. Um orçamento que considera "realista", embora não passe de um documento previsional. "Não vou meter esta Câmara em loucuras. Não vamos pôr o custo total das obras. Apresentamos valores indicativos porque não temos ainda o custo real das mesmas, nem sequer as suas comparticipações. Preferimos fazer alterações ou revisões orçamentais sempre que se justifique", destacou, sublinhando ainda não se tratar de um orçamento de miséria, considerando, portanto, que "não será ainda este ano que o município se vai ressentir da crise. Não está nos nossos horizontes sermos afectados no ano que vem", disse.

Todavia, também recusa que digam que o orçamento está empolado uma vez que se trata de um orçamento de continuidade no trabalho que quer seguir e cumprir.

Críticas da oposição. Para os socialistas trata-se de um orçamento de continuidade, mas pela negativa. "É um orçamento com prioridades e políticas que não são as nossas", diria Cardoso Leal, líder da bancada. Isto porque, como referiu, "há um claro aumento das despesas públicas em contraste com as despesas de capital". E exemplificou, dizendo que a Câmara investe pouco, nomeadamente em saneamento, comparativamente com concelhos vizinhos. "Não podemos ficar calados para uma carência tão básica no concelho", disse ainda. Referência semelhante fez em relação às Zonas Industriais, já que considera o atraso de Anadia "desolador", para já não falar na perda de terreno em relação ao desenvolvimento económico, captação de empresas e criação de emprego, face aos concelhos vizinhos.

Os socialistas concluíram ainda que as execuções orçamentais, pelo menos nos últimos 3 anos, andaram pela ordem dos 40%, ou seja, menos de metade do previsto, criticando ainda o facto da despesa corrente aumenta 4,15% relativamente ao orçamento anterior, enquanto que a despesa de investimento diminui 1,04%.

Por outro lado, alegam que o investimento ficará ainda aquém do previsto, o que irá criar um desnível entre despesa corrente e investimento com claro prejuízo deste último.

Para os socialistas há um fraco investimento em áreas notoriamente carenciadas, tais como meio ambiente e conservação da natureza, saneamento, planeamento urbanístico e ordenamento do território, acção social, educação, cultura, transportes rodoviários, apoio ao turismo e apoio à indústria, assim como áreas que entendem como prioritárias continuam a ser relegadas para segundo plano.

Um balanço negativo de um mandato que os socialistas dizem ser de uma política do PSD que tem deixado o concelho atrasado em relação aos municípios vizinhos.

Um cartão vermelho mostrado ao OPA não só porque o documento "não merece grande confiança como também não vai ao encontro de uma estratégia de desenvolvimento que em nosso entender urge implementar".

Refira-se ainda que o deputado João Morais, do PCP, se absteve por considerar que não se vislumbra grande investimento que cai, em 2009, 2,6%, registando-se apenas um aumento significativo da despesa.

Catarina Cerca

catarina@jb.pt


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